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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Textos Infantis

O TATU BOLINHA


                         
                             Marlene B. Cerviglieri



Hoje gostaria de contar uma história que aconteceu no jardim de minha avó.
Ela tinha muitas flores e o pouco que entendo de flores devo as lições que ela me dava.
Mas nada me impressionou tanto como a história do tatuzinho.
Estava ela regando as plantas quando eu vi um bichinho sair correndo e se enfiar na terra num minúsculo buraquinho.
Corri para minha avó e contei o que havia visto toda surpresa, pois como o bichinho iria respirar em baixo da terra!
- Calma minha linda - disse a vovó - vamos ver o que você realmente viu.
E assim começou a me falar das minhocas, formigas e outros nomes de bichinhos que vem na terra.
- Por isso - disse ela - é que uso luvas e sempre peço a você que lave as mãos com sabão depois de brincar na terra.
- Ela esconde muitas coisas que ainda nem sabemos o que é, mas que nos fazem mal.
- Como fazem mal vovó?
- Sem querer, é claro, às vezes estão apenas se defendendo, pois aquele é o mundo deles.
- Sempre que vir algo diferente fique a distância e não ponha o dedo ou a mão.
- Eles mordem?
- Não, mas pelo que sei picam e sei que vai doer muito, e é preciso depois ir ao médico para se cuidar.
- Vovó, veja o bichinho está saindo do buraquinho!
- Sei, estou vendo. Veja o que ele vai virar!
Espantada vi o bichinho virar uma bolinha!
Fiquei de boca aberta e puxando seu avental gritava para saber o que acontecera?
- Minha querida, assim como uma bolinha ele está se escondendo de nós.
- Daqui a pouco ele volta a andar e correr novamente, mas se você tocar nele, imediatamente ele se transforma em bolinha.
- Incrível vovó, nunca vi uma coisa assim! - disse eu extasiada.
Aí então veio a lição da vovó que nunca vou esquecer.
- Ouça o que a vovó tem para te dizer:
- Na vida, às vezes, temos situações quase iguais a do bichinho.
- Estamos em nossos lugares e de repente vem alguém e tenta nos ferir ou até fere, e o que fazemos?
- Nós nos escondemos de tais situações com medo de ser ferido como o bichinho, mas está errado.
- Devemos, sim, enfrentar nossos medos com cautela e resolvê-los para que não necessitemos virar bolinha.
- Você entendeu o que eu quis te dizer?
- Mais ou menos vovó.
- Quando eu tiver medo ou um problema não devo me esconder, pois ele continuará ali.
- Devo sim tentar resolvê-lo não é mesmo?
- Isso minha menina esperta, e agora pegue um vidro que vamos colher as minhocas para o seu  avô ir pescar.
- Mas vovó, coitadinhas!
- Querida cada um destes bichinhos tem o seu propósito, e nós temos o nosso, mas este é um assunto para uma outra hora.
- Vamos então a nossa tarefa.
E hoje muitas vezes tento não ser o tatu bolinha...



O CASAMENTO DA VASSOURA

Marlene B. Cerviglieri

Ali guardadinha estava a vassoura num cantinho do armário. Às vezes a tiravam e dançava muito pela casa ou quintal, ficando até tonta de tanto ir pra lá e pra cá. Mas depois ficava no cantinho até tristonha mesmo. Um dia, porém, ouviu uma vozinha que a chamava:
- Dona Vassoura, oh dona vassoura está me ouvindo?
- Sou eu, a dona Pazinha aqui do outro lado.
- Sim, estou ouvindo - disse a Vassoura até meio assustada.
- Tenho um recado para a senhora, do senhor Rodo.
- De quem?
- É do senhor Rodo.
- Ele mandou lhe dizer que gostaria de casar com a senhora!
- O que devo responder a ele?
- Ora - disse a Vassoura, pega de surpresa - Eu casar com o senhor Rodo?
- É sim. Pense e depois me dê a resposta, é só me chamar.
Dona Vassoura ficou inquieta, pensou, pensou...
- Sozinha aqui pelo menos vou ter um companheiro, nada tenho a perder, até que ele é bem simpático pois já o vi algumas vezes brincando na água.
Mais tarde a noitinha dona Vassoura chamou dona Pazinha e disse-lhe:
- Bem diga a ele que aceito, mas como será o que vamos fazer?
- Não se preocupe nós vamos arranjar tudo para o casamento.
E assim foi.
Fizeram, primeiro, a lista dos padrinhos e convidados.
- Ouça dona Vassoura, os padrinhos de seu casamento serão: o senhor Balde e eu. As daminhas serão as Flanelinhas que estão todas felizes pelo evento.
- O senhor Papel Higiênico ficou de enfeitá-la e fará uma grinalda bem linda, ele prometeu.
- O ambiente será todo perfumado pois, os Senhores Desinfetantes se incumbirão de fazê-lo. - No mais, todos os outros moradores deste armário vão contribuir. Os senhores Panos de Chão, os Tapetes, até o Sr Desentupidor irá colaborar.
- Pelo jeito já está tudo combinado, não é mesmo dona Pazinha?
- É sim. Vamos marcar para a próxima noite, certo?
- Sim, combinado.
A noite veio e o casamento foi realizado com muita simplicidade. Dona vassoura toda enfeitada. O noivo, Senhor Rodo, com a ajuda do Senhor Pano de Chão, estava muito bem enrolado, muito elegante.
Os convidados estavam felizes e a festa foi até de madrugada.
No dia seguinte, quando foi aberto o armário, estava tudo diferente!
- O que aconteceu aqui? Pensou a dona da casa...
A vassoura toda enfeitada de papel higiênico, o rodo fora do lugar...
Fechou a porta do armário e esqueceu o assunto, mas que era estranho era...
Lá dentro os convidados começavam acordar da festa de ontem, ou seja, do casamento da Vassoura...

A Lição da Dona Ratinha
Marlene B. Cerviglieri

 

Na toca de dona Ratinha, havia muita alegria!
Estavam felizes, pois nasceram todos os ratinhos esperados.
A mamãe ratinha radiante limpava a cria, e o papai já havia saído para ver o que poderia trazer para o jantar.
Era difícil enganar o Totó e a Jesebel, a branquinha.
Correu por entre os entremeios das cantoneiras da sala e ficava esperando uma oportunidade para poder pegar um pouco de alguma coisa para a família comer.
Cada dia ficava mais difícil, não pelo Totó, um cachorro de cor preta e bem gordinho, com tanto pelo no cara que nunca se sabia se estava dormindo ou acordado...Não dava para ver os olhos.
Um certo dia, quando os ratinhos já estavam maiores, um deles de nome Taynó, saiu e foi seguindo o pai pela casa.
Viu o Totó e levou um susto!
Mas quem deu muito trabalho mesmo foi a gatinha branca Jesebel!
Conseguiram os dois se safarem e entraram, ofegantes, na pequenina toca onde moravam todos.
Correu para a mamãe ratinha e disse ter visto uma coisa muito feia, grande cheia de pelos grandes. Não sabia nem onde começava a cabeça daquilo!
Mas a branquinha era tão lindinha!
Andava devagarzinho, seus olhos tinham um brilho!
- Meu filho você teve uma grande lição hoje, disse a mamãe ratinha.
- Eu mamãe?
- É, você mesmo.
As aparências enganam.
Quem mais nos dá trabalho é a branquinha, enquanto que o Totó dorme o tempo todo.
Ele sabe que pegamos comida do prato, mas só late não é perigoso.
Portanto preste muita atenção, e não julgue pela aparência, ela pode enganar.
Ali quietinho em seu cantinho Taynó pensava:
- Puxa eu até que gostei da branquinha e seus olhinhos brilhantes, mas vou tomar cuidado.
A mamãe sabe das coisas, e dormiu rapidamente depois de ter comido um bom bocado de queijo.
Ah, não era queijo não só tinha a aparência...


Marlene B. Cerviglieri

O Docinho da Formiga

Marlene B. Cerviglieri
   
Num dia muito lindo, de sol e céu azul o formigueiro todo trabalhava avidamente, pois logo chegariam o inverno e tempos difíceis. A mamãe formiga trabalhava e cuidava também de suas formiguinhas, tinha muitas delas, mas uma era muito danadinha. Sempre se metia em encrenca e confusão, pois se afastava do formigueiro, de tanto que gostava de tudo saber.
Todos sabemos que é muito bom saber das coisas, mas quando somos pequenos devemos sempre ouvir os mais velhos, principalmente a mamãe, o papai, a vovó e o vovô.
 - Por que?
 - Ora, eles sabem das coisas! Já aprenderam antes e naturalmente vão passar para os menores.
 - Bem, voltando à formiguinha Bibica, era assim seu nome,gostava muito de mexer em tudo e, às vezes, tentava carregar folhas bem maiores que ela, e conseguia, porque a formiga tem muita força.
Até ai a mamãe dela não se preocupava,mas sim com o que ela comia. Sempre estava dizendo para Bibica comer menos açúcar. Era demais como gostava de docinhos, coisas doces como dizia.
Uma tarde viu no chão umas bolinhas, comeu uma e gostou muito. Eram docinhos e foi comendo, comendo, comendo...  De repente não viu mais nada, só ouvia sua mamãe chamando muito longe... Ficou assim por muito tempo. Quando finalmente conseguiu acordar já havia passado um dia inteiro.
 - Bibica, disse a mamãe, que te sirva de lição formiguinha danada! Nem tudo que é docinho se pode comer! Você precisa aprender a ver e saber o que põe na boca, formiguinha danada.Não sabe o trabalho que deu, pois comeu remédio de humano. Sempre que for comer alguma coisa precisa saber o que é. Às vezes os humanos jogam remédio para nós comermos e aí é o fim! Aprenda Bibica, só coma aqui no formigueiro que é a sua casa.
Ouvindo a história toda, Luisa arregalou os olhos e disse:
 - Mamãe eu só vou comer aqui em casa e nunca vou querer o docinho da formiga.
 - Isso mesmo filhinha, também para comer tem que se aprender.
Agora vamos descansar um pouquinho, e não pensar no docinho da formiga.
Com histórias simples se pode evitar muitos acidentes!

Marlene B. Cerviglieri





O HOMEM DO SACO
Marlene B. Cerviglieri
               
O dia tinha sido muito lindo, com um sol gigante e um céu muito azul.
Todos nós tínhamos jogado bola, pulado obstáculos, corrido muito, enfim brincamos prá valer.
Combinamos que depois de jantar nos reuniríamos na calçada para contar histórias.
Como me lembro bem deste dia!
Mas e daí conte como foi, estou ficando muito curiosa.
Bem, nosso dia já havia sido perfeito com tantas brincadeiras.
Fomos chegando um a um, já de banho tomado, com uma boa refeição no estomago.
Sentamo-nos na beirada da calçada embaixo de uma frondosa árvore, tornando assim a noite mais escura.
- Que vamos fazer então?
- Jogar fubecas? Ah, isso não - responderam todos.
Depois de muita discussão, chegamos à conclusão de que seria melhor contarmos histórias.
Foi então que ouvi a história do homem do saco.
Era uma família de três irmãos, o pai e a mãe. Moravam em uma residência muito graciosa.
Não lhes era permitido juntar-se aos garotos que brincavam na rua.
“Por que?”
Bem não sei muito bem, mas o pai era uma pessoa muito diferente dos outros pais.
Nunca ninguém ia brincar na casa e as portas e janelas raramente se abriam.
Às vezes podia se perceber que havia alguém por trás da janela espiando, mas nada se sabia a respeito.
Tinham um cachorro grande, muito feio, que rondava a casa dia e noite, e nunca latia.
Naquele tempo recebia-se carvão em casa e pedras de gelo para a geladeira e até mesmo leite em garrafas especiais.
O gelo chegava em uma carrocinha sempre pingando, e era lançado porta adentro. O leite ficava no portão do lado de fora da casa.
“Espera um pouco, ninguém levava?”.
“Não, nunca soube disto”.
Mas, continuando, o carvão vinha em sacos especiais.
 
 
 


                Conta-se que certo dia, ao chegar na casa, antes que deixasse o saco de carvão, o carvoeiro ouviu um choro sentido que vinha lá de dentro.
Parou e ficou escutando.
Não precisa chorar mais, dizia alguém. Ele logo irá embora.
- Tenho medo dele - suspirava a criança.
- Pare, senão ele não vai embora.
Fez-se um silencio e o carvoeiro deixou o saco no lugar e se foi. Ficando intrigado com isso, pensou:
“- Da próxima vez vou ficar escutando para ouvir do que a criança tem medo. Será que é de mim”?
E assim foi feito.
Deixou o saco de carvão, fez que ia embora e não foi.
- Pronto - dizia alguém lá dentro- ele já se foi.
- Você viu? Ele traz o saco nas costas e fica esperando, se você sair ele te pega e leva embora dentro do saco.
- Ele é o homem do saco.
O pobre coitado estava ali ouvindo, atônito!
Credo, como alguém pode dizer uma coisa destas para uma criança? pensou.
Voltou para carvoaria e no final do dia depois de um bom banho, foi falar com o delegado da cidade.
Narrou a ele todos os fatos, e os dois foram até a casa.
Bateram na porta, bateram e nada de abrirem.
Finalmente, depois de muita insistência, apareceu o dono da casa.
O Delegado lhe passou um corretivo e à mulher dele também. Chamaram as crianças e apresentaram o homem do saco com todas as verdades.
Daí em diante, aquela casa ficou sendo chamada de “a casa do homem do saco”.
Até hoje ainda existem pessoas que gostam de assustar crianças com isto:

Um dois três...
O ultimo que ficar,
O homem do saco vai levar...
Fim da história.


FILHOTINHOS DA RUA

 Marlene B. Cerviglieri



                            
A noite estava fria e chuvosa como sempre é no inverno. As calçadas molhadas, o céu muito escuro dando até medo. Naquela praça existiam várias casas bonitas, todas com grandes escadas.
Como toda praça, aquela tinha arvores frondosas, onde muitos pássaros moravam em seus ninhos, cuidando de seus filhotinhos.
Num galho, bem alto de uma destas arvores, estava a Coruja com seus olhos enormes, atenta aos movimentos pronta para sua caça.
Ali não era sua morada, pois coruja mora no chão. Fazem um buraco e formam suas ninhadas. É divertido ver as moradias das corujas, principalmente a noite quando resolvem sair.
Bem, mas não estou a fim de falar sobre corujas. É ela quem vai nos contar a estória dos filhotinhos.
Lá do alto da árvore via toda a rua, e assim viu quando uma cachorrinha vinha chegando bem morosamente, quero dizer devagarzinho.
Olhou para as casas com um olhar triste  e nesta olhada viu a coruja toda pomposa no alto da árvore
- Oi amiga, qual escada será melhor para eu dormir esta noite?
- Eu diria que qualquer uma. Nesta noite fria o melhor seria entrar na casa, não é mesmo?
- Claro, sem duvida minha amiga! Mas como vou entrar? Tudo tão bem fechado... e se me descobrem me chutam para fora.
- Sabe amiga cachorrinha, aprendi que nesta vida precisamos querer alguma coisa. Mas devemos merecer isto,  não é só querer!
- Já vi que você com toda a sua sabedoria irá me ensinar, como?
- Simples, minha cara.
- Primeiro: você quer, realmente, entrar nesta casa?
- Claro, não estou para brincadeiras!
- Nem eu! - disse a coruja já andando impaciente em seu galho.
- Pois então me escute.
- Primeiro devemos ter certeza do que queremos depois verificar se é possível e se vai valer o esforço.
- Bem, querer eu quero, pois se agora estou morrendo de frio, imagine mais tarde.
- Então, minha cara, tente alguma coisa e vá em frente.
A cachorrinha olhou para a enorme porta. Farejou e até sentiu cheiro de comida, de tanta fome que tinha.
Pensou: - Se eu latir incomodo e aí me mandam embora.
Bater na porta, como?
É, parece que o esforço terá que ser bem maior.
Desceu as escadas, e para espanto da coruja foi embora.
- Eu sabia - pensava  a coruja - já desistiu. Não esperou nem por um pedacinho de pão!
- Eu fico aqui horas esperando uma caça, mas fico...
Eis que dali uma hora, mais ou menos, aparece de novo a cachorrinha seguida por seus quatro filhotinhos.
Subiram as escadas, e começaram a brincar bem em frente a porta.
Logo esta se abriu, e duas crianças gritaram de alegria. Pegaram os filhotinhos no colo e levaram todos para dentro.
 - Mas meus filhos, não podem ficar com todos! dizia a mamãe já preocupada.
- Papai achará uma solução. Poderá levar dois ou três para o depósito. Vamos dar leite para os filhotinhos e comida para a mamãe deles.
E assim a cachorrinha ficou morando no deposito com dois filhinhos, os outros ficaram na casa.
É dona coruja, seu julgamento foi errado e muito precipitado.
Cada um tem seu jeito de resolver os problemas. Devemos dar-lhes liberdade de pensamento, ou seja, deixar cada um pensar do seu modo. Nunca devemos julgar os outros. Espere antes de falar porque, às vezes, você tem uma bela surpresa.
O que você nunca havia imaginado o outro imaginou!

 


 ELF
 
                Marlene B. Cerviglieri
    
 

Esta estória começa no alto de uma árvore...
 
Lá em cima morava o Elf, o mais brincalhão do quintal todo.
Ah! Vocês não sabem quem é o Elf?
Pois bem, é uma pessoa bem pequenina que cuida desta arvore.
É amigo de todos os bichinhos, pássaros e de vocês também.
  
Um dia um menino resolveu se esconder e correu para o quintal.
Subiu, subiu na arvore e lá ficou sentado num galho bem forte.
Começou então a chorar baixinho, triste que estava naquele dia.
 
O Elf que havia acordado há pouco ouviu, e ficou quietinho bem perto do menino.
- Eu não queria ir para a escola - dizia o menino.
- Quero ficar em casa e não sair mais.
Tenho muito medo.
 
Aí então, o Elf foi se chegando mais e mais, tomou coragem, porque não queria assustar o  menino e perguntou:
- Que medo é esse?
- De chuva, do trovão, de tudo.Ora quem me pergunta?
O Elf que era bem pequenino saltou e veio ficar no joelho dele.
- Sou eu que pergunto.
- De onde você vem? Disse o menino espantado, quase amedrontado.
  
- Daqui mesmo, esta é minha casa. - respondeu Elf.
Esfregando os olhos o menino não queria acreditar.
- Quer dizer que estou dentro de tua casa?
- É isso mesmo - disse o Elf - e não pediu licença para entrar.
 
- Desculpe, desculpe eu não sabia que arvores são casas e que tem alguém morando!
- Pensei que só pássaros podiam morar aqui.
- Também moram e fazem até seus ninhos, sempre com minha permissão - respondeu Elf.
- Veja o ninho de um casal de pássaros aqui embaixo.
- Chii...é mesmo, que bonitinho!
 
- Mas se chover como fica?
- Você quer dizer se nós temos medo?
- É, eu tenho medo da chuva, dos trovões e minha casa não é aberta como a sua.Como você faz?
O Elf descruzou as perninhas e disse:
- Menino, o medo mora dentro de você, porque você deixa-o entrar.
 
- Como? O medo é gente? Perguntou o menino.
- Mais ou menos, ele é uma coisinha muito pequena, mas que pode ficar grande que atrapalha o coração.
- Como assim? Disse surpreso o menino.
- Diga-me, quando você esta com ele o seu coração fica tão apertado que bate sem parar, pedindo espaço.
 
- Mas como vou dar mais espaço dentro de mim para meu coração?
- É simples.
- Então me ensine, por favor.
- Use seus olhos.
- É, os olhos.
- Quando o medo começar a querer bater em sua porta, não deixe entrar.
- O que eu faço? perguntou o menino.
- Aí é que entram seus olhos.
Abra-os.Veja, olhe bem.
Você vai ver que não há motivo para deixá-lo entrar de vez.
Quando seus olhos virem, peça ajuda aos seus ouvidos também.
Os dois juntos serão seu guia e não deixarão você se atrapalhar com o medo.
 
- Será fácil assim? Perguntou o menino.
-Tenho certeza que você vai aprender logo, logo.
É só praticar.
 
- Desce daí menino, anda logo! dizia  alguém lá embaixo.
Vou soltar os cachorros, você vai ver.
- Cachorros, onde? Não os vejo.
  Cachorros onde? Não os ouço.
Estão querendo que o medo entre.
Não deixarei não.
 
E escorregando arvore abaixo, o menino ainda ouvia as risadinhas do Elf  lá em cima,
E seu coração não pediu mais espaço.


O SAPO E A FLOR...


Marlene B. Cerviglieri



Numa floresta muito grande e cheia de bichos, habitavam várias famílias de animais.
Desde insetos e até mesmos leões com suas leoas e filhotes.Todos cuidavam de suas vidas e da comida também. Os macacos eram os mais alegres, pois estavam sempre brincando e pulando de galho em galho, como se fosse uma festa.Os pássaros regiam a orquestra, pois entre tantos gritinhos, urros e barulhos dos bichos parecia mesmo uma grande orquestra.
Estava um dia o sapo tomando seu banho de sol, quando ouviu que lhe dirigiam a palavra.Logo abriu seus olhinhos procurando quem com ele estaria falando!
Eis que vê uma linda flor cor-de-rosa cheia de pintinhas...
Assim estava dizendo ela: - Nossa que coisa mais feia! Nunca vi um bicho tão feio!
- Que boca tão grande, que pele tão grossa...
- Parece até uma pedra, aí parada, sem valor nenhum.
- Ainda bem que sou formosa, colorida e até perfumada.
- Que triste seria ser um sapo!!!
O sapo que tudo ouvia ficou muito triste, pois sempre que via a flor, pensava:
- Que linda flor, tão perfumada, que cores lindas, alegra a floresta!
Mas a flor agora havia se mostrado dizendo tudo aquilo do sapo.
De repente surge o gafanhoto saltitante e vê a flor, mas não o sapo.
A flor, quando o percebeu, ficou tremendo em seu frágil caule.
- Meu Deus, que faço agora?
Vocês sabem que o gafanhoto gosta de comer as pétalas de qualquer flor que encontre, e ela seria assim sua sobremesa...
O sapo, quietinho, quietinho, não se mexeu, e quando o gafanhoto se aproximou da flor, nhac... o alcançou com sua língua.
A flor que já se havia fechado, pensando que iria morrer, abriu-se novamente não acreditando no que havia acontecido.
Mas dona árvore que desde o início a tudo assistia, falou muito energicamente e brava lá do seu canto:
- Pois é dona flor, veja como as aparências enganam.Tenho certeza que a senhora gostaria mais do elegante e magrinho gafanhoto. No entanto, veja como ele teria sido tão mau com a senhora!
Às vezes pensamos e dizemos coisas sobre nossos semelhantes que não são verdadeiras. Precisamos tomar muito cuidado com o que falamos, sabe por que?
- Não - dizia a flor ainda tremendo de susto.
- Todos nos somos diferentes, de formas diferentes, e até pensamos diferente.
- Você sabe que existem também outras formas de se falar?
- Não. Não sabia - disse a flor espantada com a sabedoria da árvore.
- Pois então minha pequena, da próxima vez que for falar de alguém, pense antes, pois este alguém poderia ser você.
- Agora agradeça ao seu amigo sapo o favor que ele lhe fez, e também conte aos outros o que aprendeu aqui hoje.
Com sua vozinha fraca a flor disse ao sapo:
- Meu amigo, você é, realmente, amigo. Agradeço-lhe ter me salvado do gafanhoto e prometo que nunca mais falarei de ninguém.
- Aprendi a lição e dona árvore me ensinou também.
Todos os bichos que estavam assistindo bateram palmas.
E assim amiguinhos, aqui fica a lição: somos todos iguais. Existem bons e maus, mas podemos escolher de que lado vamos ficar.....

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