Saiba como se planejar para enfrentar os livros obrigatórios dos vestibulares
Simone Harnik
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"Vale a pena iniciar a leitura no começo do ano. Assim, no final do ano, o candidato só vai precisar de uma muleta, que é o resumo da obra para relembrá-la. Ele pode também assistir a aulas de cursinho ou a palestras para deixar o conteúdo fresco na memória, na reta final", afirma a coordenadora de português do curso Etapa, Célia Passoni.
Mas qual livro escolher para iniciar a lista com o pé direito? "Cada pessoa tem seu ritmo e seu conhecimento. Alguns, já podem até ter lido parte das obras da lista, durante o ensino médio. Então, a primeira recomendação é separar os livros que já leu e as obras de poesia", afirma Célia.
Por que separar as poesias? "O livro de poemas pode ser levado no bolso. É uma leitura que pode ser feita diariamente, aos poucos. Outras obras, mais complexas exigem um pouco de perseverança", explica a docente.
Segundo Célia, uma sugestão é começar pelas obras que você considera mais fáceis. Exemplos de livros desse tipo seriam "Vida Secas", de Graciliano Ramos, ou o "Auto da Barca do Inferno", de Gil Vicente - com textos relativamente curtos.
Obras consideradas mais complexas pela professora são, por exemplo, algumas poesias do Vinicius de Moraes, ou "A Cidade e as Serras", do português Eça de Queirós. "Os livros mais difíceis, em geral, são os que estão mais afastados do público leitor", justifica.
1- Separe da lista as obras que você já conhece e as de poesia.
2- Inicie pelos livros que considera mais fáceis.
3- Poesias podem ser lidas diariamente, em doses "homeopáticas".
4- Obras mais densas exigem concentração e leitura em local adequado.
5- Se você estiver estudando literatura, tente ler as obras obrigatórias à medida que estuda. Ou seja, se estiver tendo aulas sobre realismo, a leitura de Machado de Assis pode facilitar o aprendizado.
6- No caso de prestar vários processos seletivos, priorize as listas de livros das faculdades em que você mais deseja ingressar.
7- Não teve condição de ler tudo? Não hesite: pegue o resumo.
Fonte: professores dos cursos Anglo, Etapa e Objetivo
Sete passos para aproveitar melhor a leitura das obras obrigatórias no vestibular
Efeitos psicológicos
"Se há na lista uma peça de teatro, em uma tarde o estudante consegue ler. E, 'se livrar' de um livro, funciona muito bem psicologicamente. Estimula o estudante para que pegue outra obra", afirma a professora do curso Objetivo, Maria de Lourdes da Conceição Cunha.
"Minha recomendação para as poesias é que os candidatos leiam no final do dia. Isso vai criar um hábito e, se deixar de ler a poesia, o estudante vai sentir falta", diz Maria de Lourdes.
Ordem cronológica
Para Eduardo Calbucci, professor de língua portuguesa do Curso Anglo, uma sugestão é a leitura das obras segundo a ordem cronológica em que foram produzidas.
"É sempre mais fácil ler os livros na ordem cronológica de publicação. Cursos de literatura seguem a cronologia, então o vestibulando pode ir seguindo a tradição literária", explica o professor. "Assim, fica mais fácil de enxergar as conexões do livro com a realidade da época."
Lista extensa
Quem pensa em prestar vestibular em diferentes estados, pode acumular até 30 livros de leitura obrigatória nos processos seletivos. Nesse caso, a dica da professora Célia é ler os chamados "clássicos".
"Há vestibulares que procuram obras específicas de suas regiões. Então, uma saída para o vestibulando é procurar conversar com pessoas que conhecem a obra, consultar informações sobre elas pela internet", pontua a professora.
Se você sabe que os livros são muitos, priorize: "Não são só livros de literatura que o candidato tem de estudar para o vestibular. Por isso, é necessário escolher as obras das faculdades mais sonhadas. E se não houver chance de ler tudo, é importante ler o resumo", diz Célia.
É preciso ter muita convicção de quais vestibulares interessam de verdade. Se o estudante pretende prestar três ou quatro federais, não vai conseguir ler todas as obras. É preciso que o candidato escolha o que pretende prestar e que vá atrás das informações", concorda Calbucci.
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