Cibercultura: novas possibilidades para a construção coletiva do saber.
Eugenia Correia
“As tecnologias invadem nosso cotidiano”. Frase corrente e inspiradora para que pensemos em adequar e implementar ferramentas significativas para a aprendizagem, partindo do pressuposto que tais ferramentas são imprescindíveis em nosso cotidiano, é tempo de colocá-la à disposição do aprendiz.
As tecnologias disponibilizadas aos aprendizes oferecem uma infinidade de possibilidades, desde que:
O professor atue como arquiteto de uma rede, e quebre os paradigmas da hierarquia/linearidade; das restrições/infinitas configurações; do monólogo/ construção coletiva; do fragmento/ transdisciplinaridade. Entretanto admitimos, a resistência, os entraves dos profissionais de educação ainda não preparados para inclusão das TICs como ferramenta para a construção do saber. A necessidade talvez surja de dentro para fora, em momentos que os aprendizes trouxerem para o espaço escolar, atualizações e informações do seu cotidiano ... e que as informações do professor não são mais significativas para ele. Não acredita-se em ”treinamento” de como dispor de ferramentas tecnológicas para o professor e sim desconstruir paradigmas acima relacionados, para que cada um encontre o sua maneira de transitar e experimentar outras formas de construção do saber.
Embora os aprendizes dominem o uso das cibers, o maior agente de mudança é o próprio professor, não pelo poder que outrora lhe foi conferido, mas pela urgência e responsabilidade de reinventar espaços e tempos escolares. A mudança é uma experiência complexa, pois implica em construir uma identidade-imagem e do seu potencial como educador. Um processo contínuo de aprendizagem e reflexão de sua ação “mutante”, testando hipóteses sobre as melhores formas de construção de um conjunto de competências para seus alunos, desenhando os mapas de navegação da mente.
Os conteúdos devem ser apresentados aos alunos como Temáticas. Admitimos que até então que os projetos de trabalho colocados em livros didáticos reduzem a realidade a um único ponto de vista. Não permitindo também a criação e a interdisciplinaridade de forma efetiva. A escolha dos conteúdos deve partir da necessidade do coletivo, da significância do tema e da relação com o cotidiano. E o currículo?
O mundo dos meios digitais não comporta o modelo da disciplinaridade. A cibercultura traz à escola um novo modelo cognitivo a possibilidade de uma organização em redes. Tal desconstrução implica em substituir os modelos conceituais escolares fundados numa psicologia cognitiva que supõe a linearidade por outros que contemplem a flexibilidade, sem regras fixas. Segundo Michel Serres citado por Andréa Amaral: a rede anula definitivamente a linearidade dos conceitos tradicionais, a complexidade não é um obstáculo ao conhecimento ou, pior, um juízo descritivo, é o melhor dos adjuvantes do saber e da experiência.
As ferramentas tecnológicas devem ser diversificadas, que podem ser simples jogos individuais até o uso da Internet para leitura e comunicação e construção colaborativa. O aconselhável porém, é servir-se da tecnologia para o desenvolvimento de competências que abarquem a demanda dos alunos e futuramente dos profissionais.
A maneira de utilização de cada ferramenta para realizar uma ação refere-se à técnica. Já a tecnologia é o conjunto de tudo isso: a ferramenta e os usos que destina se em cada época.
Os simples jogos individuais conferem ao aluno a capacidade de auto avaliação e o feedback é o resultado do jogo, em que o aprendiz recebe não como forma persecutória do olhar do professor. Logo a Internet está a serviço de atividades complexas em que se permite a interação a possibilidade de uma organização dos saberes em rede.
Embora, realidade virtual, em seu “espaço” (não dimensionado), reproduzem tensões e forças que existem no tempo real. Esse talvez seja uma forma de experienciar afetos, emoções, simular negociações. Já que há muitas críticas que o ambiente virtual é distante, individual e tende ao isolamento. Segundo Lévy, entre os novos modos de conhecimento trazidos pela cibercultura, a simulação ocupa um lugar central. Em uma palavra, trata-se de uma tecnologia intelectual que amplifica a imaginação individual e permite aos grupos que compartilhem, negociem e refinem modelos mentais comuns, qualquer que seja a complexidade deles, aumentando e transformando determinadas capacidades cognitivas, além dessas capacidades acrescento ainda, subjetividades e inteligências coletivas, em que a informática exterioriza essas faculdades em suportes digitais.
Entende-se que as ferramentas tecnológicas que estão à disposição dos professores ainda chegam aos ambientes escolares de forma precária, mas a capacidade de uso das mesmas correm no mesmo percurso, a passos lentos, isso não significa que os educadores permaneçam inertes diante da precariedade. É possível, entretanto, estar em permanente atualização para que seu papel como educador não se torne obsoleto diante de sedutores recursos tecnológicos que fora da escola estão a disposição dos aprendizes, pois frente aos paralelos entre atraso/modernidade, deve-se trabalhar em dois tempos, fazendo o melhor possível preterido, mas criando rapidamente as condições para uma utilização dos novos potenciais que surgem vultuosamente a cada momento, pois sabe-se que a formação deve acontecer de forma contínua e ao longo vida.........
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Referências Bibliográficas
LÉVY, Pierre. A nova relação com o saber e As mutações da educação e a economia do saber. Textos disponibilizados na EAD –SENAC – 2009.
RAMAL, Andrea. Inclusão digital. Pátio Revista Pedagógica. Artmed. Maio/julho 2009.
Tutoria on-line. Definição, características e abordagens. Material de apoio diponibilizado na EAD – SENAC - 2009
“As tecnologias invadem nosso cotidiano”. Frase corrente e inspiradora para que pensemos em adequar e implementar ferramentas significativas para a aprendizagem, partindo do pressuposto que tais ferramentas são imprescindíveis em nosso cotidiano, é tempo de colocá-la à disposição do aprendiz.
As tecnologias disponibilizadas aos aprendizes oferecem uma infinidade de possibilidades, desde que:
O professor atue como arquiteto de uma rede, e quebre os paradigmas da hierarquia/linearidade; das restrições/infinitas configurações; do monólogo/ construção coletiva; do fragmento/ transdisciplinaridade. Entretanto admitimos, a resistência, os entraves dos profissionais de educação ainda não preparados para inclusão das TICs como ferramenta para a construção do saber. A necessidade talvez surja de dentro para fora, em momentos que os aprendizes trouxerem para o espaço escolar, atualizações e informações do seu cotidiano ... e que as informações do professor não são mais significativas para ele. Não acredita-se em ”treinamento” de como dispor de ferramentas tecnológicas para o professor e sim desconstruir paradigmas acima relacionados, para que cada um encontre o sua maneira de transitar e experimentar outras formas de construção do saber.
Embora os aprendizes dominem o uso das cibers, o maior agente de mudança é o próprio professor, não pelo poder que outrora lhe foi conferido, mas pela urgência e responsabilidade de reinventar espaços e tempos escolares. A mudança é uma experiência complexa, pois implica em construir uma identidade-imagem e do seu potencial como educador. Um processo contínuo de aprendizagem e reflexão de sua ação “mutante”, testando hipóteses sobre as melhores formas de construção de um conjunto de competências para seus alunos, desenhando os mapas de navegação da mente.
Os conteúdos devem ser apresentados aos alunos como Temáticas. Admitimos que até então que os projetos de trabalho colocados em livros didáticos reduzem a realidade a um único ponto de vista. Não permitindo também a criação e a interdisciplinaridade de forma efetiva. A escolha dos conteúdos deve partir da necessidade do coletivo, da significância do tema e da relação com o cotidiano. E o currículo?
O mundo dos meios digitais não comporta o modelo da disciplinaridade. A cibercultura traz à escola um novo modelo cognitivo a possibilidade de uma organização em redes. Tal desconstrução implica em substituir os modelos conceituais escolares fundados numa psicologia cognitiva que supõe a linearidade por outros que contemplem a flexibilidade, sem regras fixas. Segundo Michel Serres citado por Andréa Amaral: a rede anula definitivamente a linearidade dos conceitos tradicionais, a complexidade não é um obstáculo ao conhecimento ou, pior, um juízo descritivo, é o melhor dos adjuvantes do saber e da experiência.
As ferramentas tecnológicas devem ser diversificadas, que podem ser simples jogos individuais até o uso da Internet para leitura e comunicação e construção colaborativa. O aconselhável porém, é servir-se da tecnologia para o desenvolvimento de competências que abarquem a demanda dos alunos e futuramente dos profissionais.
A maneira de utilização de cada ferramenta para realizar uma ação refere-se à técnica. Já a tecnologia é o conjunto de tudo isso: a ferramenta e os usos que destina se em cada época.
Os simples jogos individuais conferem ao aluno a capacidade de auto avaliação e o feedback é o resultado do jogo, em que o aprendiz recebe não como forma persecutória do olhar do professor. Logo a Internet está a serviço de atividades complexas em que se permite a interação a possibilidade de uma organização dos saberes em rede.
Embora, realidade virtual, em seu “espaço” (não dimensionado), reproduzem tensões e forças que existem no tempo real. Esse talvez seja uma forma de experienciar afetos, emoções, simular negociações. Já que há muitas críticas que o ambiente virtual é distante, individual e tende ao isolamento. Segundo Lévy, entre os novos modos de conhecimento trazidos pela cibercultura, a simulação ocupa um lugar central. Em uma palavra, trata-se de uma tecnologia intelectual que amplifica a imaginação individual e permite aos grupos que compartilhem, negociem e refinem modelos mentais comuns, qualquer que seja a complexidade deles, aumentando e transformando determinadas capacidades cognitivas, além dessas capacidades acrescento ainda, subjetividades e inteligências coletivas, em que a informática exterioriza essas faculdades em suportes digitais.
Entende-se que as ferramentas tecnológicas que estão à disposição dos professores ainda chegam aos ambientes escolares de forma precária, mas a capacidade de uso das mesmas correm no mesmo percurso, a passos lentos, isso não significa que os educadores permaneçam inertes diante da precariedade. É possível, entretanto, estar em permanente atualização para que seu papel como educador não se torne obsoleto diante de sedutores recursos tecnológicos que fora da escola estão a disposição dos aprendizes, pois frente aos paralelos entre atraso/modernidade, deve-se trabalhar em dois tempos, fazendo o melhor possível preterido, mas criando rapidamente as condições para uma utilização dos novos potenciais que surgem vultuosamente a cada momento, pois sabe-se que a formação deve acontecer de forma contínua e ao longo vida.........
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Referências Bibliográficas
LÉVY, Pierre. A nova relação com o saber e As mutações da educação e a economia do saber. Textos disponibilizados na EAD –SENAC – 2009.
RAMAL, Andrea. Inclusão digital. Pátio Revista Pedagógica. Artmed. Maio/julho 2009.
Tutoria on-line. Definição, características e abordagens. Material de apoio diponibilizado na EAD – SENAC - 2009
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