Por Carlos Alberto Bächtold – Foz do Iguaçu, PR.
Este artigo trata das dificuldades de aprendizagem nas séries iniciais e a interação do professor, da escola e da família neste contexto, aborda o papel do professor enquanto profissional responsável pela educação formal do aluno. Traz os conceitos de aprendizagem e coloca em foco o sistema de avaliação e as possíveis conseqüências do fracasso escolar e da dificuldade de aprendizagem na formação do indivíduo enquanto ser social em pleno desenvolvimento integral.
O que é Aprendizagem?
A aprendizagem é um processo natural do desenvolvimento humano, que acontece de forma espontânea nas interações sociais e especialmente nas interações familiares e de maneira formal e sistematizada na escola. Os estímulos que as crianças recebem do meio contribuem significativamente para este processo, contribuindo ou não para que o aprendizado aconteça.
Proccesso
Os educandos que não respondem de forma esperada a estes estímulos, e que não apresentam deficiências, são consideradas ou rotuladas de alunos com “dificuldade de aprendizagem”.
As Dificuldades de Aprendizagem
A Dificuldade de Aprendizagem, especialmente nas séries iniciais, tem sido um campo fértil para pesquisas e estudos, entretanto não existe um consenso sobre esta problemática tão comum nas salas de aula, e menos ainda um consenso sobre qual a forma de lidar com as crianças com dificuldades de aprendizagem.
A aprendizagem e as dificuldades são inerentes ao processo de desenvolvimento, porém, quando a existência das dificuldades impede ou dificulta o desenvolvimento, outros problemas vão surgindo.
Dificuldades
O aluno, ao perceber que tem dificuldades em sua aprendizagem, muitas vezes começa a apresentar desinteresse, irresponsabilidade, agressividade, hiperatividade; baixo nível de atenção; dificuldade para seguir instruções; imaturidade social; dificuldade com a conversação; inflexibilidade; fraco planejamento e habilidades organizacionais; distração; falta de destreza, falta de controle dos impulsos, etc.
A dificuldade acarreta sofrimentos e nenhum aluno apresenta baixo rendimento por vontade própria, cabendo ao professor identificar as dificuldades do aluno buscando formas de auxiliá-lo.
O Papel do Professor
O professor tem um papel fundamental na construção do processo de aprendizagem dos alunos, e sua função ganha ainda maior ênfase quando se trata da educação infantil e das séries iniciais, pois nesse período é através do vinculo aluno-professor que se dá a aprendizagem, que acontece especialmente no campo emocional.
É através do olhar atento do professor, enquanto mediador do processo formal de ensino-aprendizagem, que se perceberá a evolução do processo de construção do conhecimento do aluno ou as dificuldades geradas por ele, identificando os problemas que possam se apresentar, através de uma investigação minuciosa de como cada criança se apropria do conhecimento, procurando descobrir as potencialidades e limitações, habilidades e fraquezas de cada criança sob todos os aspectos que envolvem este intrincado processo, que é o do aprendizado.
Atenção
Ensinar crianças com dificuldades de aprendizado é um dos grandes desafios do professor e também uma das experiências mais gratificantes quando se logra êxito.
Educação
Nos dias atuais, em meio às constantes transformações sofridas pela sociedade perante a globalização, são muitos os desafios que a humanidade enfrenta, dentro dos quais, a educação e as políticas educativas. Diante das exigências cada vez mais complexas de um mundo em contínuo desenvolvimento, onde a tecnologia da informação cresce assombrosamente, não é mais possível ignorar que nossa formação educacional deve abranger muito mais do que as matérias tidas como “tradicionais”, e muito menos podem as escolas – órgãos convencionalmente tidos como formadores de cidadãos – manterem antigos métodos de ensino. Há que se pensar em toda uma nova estrutura e política educacional, pois a losa (quadro negro) já está sendo ultrapassado, e não pode, de forma alguma, ser a única ferramenta onde o professor trabalha a educação de seus alunos.
Infantil
Professor e Aluno
Tão pouco é aceitável em nossos dias a antiga política de professor centralizador de conhecimento a ser passado para os alunos, tendo estes como meros receptores daquilo que o professor pretende lhes “ensinar”. O aprendizado mecânico, através da simples “decoreba” de fórmulas e textos ou símbolos já não é aceitável na presente era da informatização, da multimídia, da tecnologia de ponta, em que as crianças já podem, através de um simples aparelho (computador) ter contato com um mundo totalmente desconhecido, com o mundo inteiro se assim quiser. Através da internet, hoje, temos contato com diversas culturas, valores, costumes, idiomas… E há que se ter em mente que precisamos estar preparados e preparar as pessoas – desde crianças – a essa realidade.
O Desafio da Educação Nos Dias Atuais
Portanto, no meu modo de pensar, acredito que é sim papel da educação formar o homem no seu todo, tanto nas questões materiais, quanto nas questões morais e espirituais, contudo, no que diz respeito ao sentido espiritual, trata-se de uma educação que já não está ao alcance das escolas, uma vez que o plano espiritual não é contemplado pela denominado “pensamento científico”. Mesmo porque, a bem da verdade, o plano espiritual não pode ser testado da mesma forma que se é “testado” o plano material. A experiência no campo espiritual existe, certamente, pois ainda que seja um campo abstrato, há os resultados na vida daqueles que a este mundo tem dado especial atenção.
Fundamental
Objetivos
Acredito que a busca, e conseqüentemente a obtenção de um mundo de justiça, igualdade, respeito, etc., não poderá jamais ser alcançado aqui, exceto em escala muito ínfima, pois os valores inerentes a este utópico mundo fazem parte de um caráter muito superior ao que é apresentado pelos homens de nosso tempo, ou de qualquer tempo. Ao mesmo tempo em que a educação formal não tem os meios de desenvolver o homem no campo do abstrato, em termos espirituais, pode, igualmente, colaborar para que ele obtenha os conhecimentos necessários sobre os quais buscará ele mesmo suas experiências.
Discordo do sistema no que diz respeito ao ensino da moral, pois uma vez que moral e a justiça estão apoiadas sobre dois princípios – punir o mal e recompensar o bem – como a escola poderá ensinar moral aos seus alunos, se não há como fazê-los experimentar a punição, face às leis criadas e que favorecem a anarquia e a insurreição? Penso que compete aos novos educadores, a nós mesmos, nos levantar contra as leis que solapam os valores e a dignidade humana, fazendo valer o respeito mútuo, ao mesmo tempo em que determina ações inibidoras do mal.
Por Carlos Alberto Bachtol
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