Marcadores

Alfabetização (52) Alfabeto (10) Alphabet (1) Amizade (17) AMOR (17) Ano Novo (2) Arte (37) Artigos (3) Árvore (1) Atividades (5) Atividades projeto (18) Atividades Projeto Festas Juninas (2) Atividades projeto Natal (18) Atividades projeto Páscoa (22) Atualidades (1) Avaliação (1) Avaliação e recuperação (1) Bailarina (2) Biografias (2) bloggs ... (1) Bonequinhas de vestir (3) Brasil (2) Brincadeiras (4) CALENDÁRIO 2010 (1) Calendário 2011 (2) Cartazes Pedagógicos (5) Charadas Matemáticas (1) charge (1) Cliparts (1) COLORIR (1) Comentários (2) Concurso (1) CONCURSOS (2) Contos (3) Contrato professores RS (1) Coordenação Motora (1) Crônicas (42) Crônicas Arnaldo Jabor (2) Crônicas Infantis (4) Culinária/Receitas (30) Cultura (2) Cultura e qualidade de vida (2) Cultura surda (1) Curiosidades (13) Cutes (1) cutes ... (1) Datas Comemorativas (13) Datas Comemorativas 2011 (2) desenhos (2) Desenvolvimento (1) Dia do Trabalho (1) DIA DOS PAIS (3) Dicas de beleza (2) Dicas de filmes/livros ... (5) Dicas de filmes/livros/músicas... (2) Dinâmicas (2) Dr Dráuzio Varella (5) E V A (1) Educação (99) Educação Infantil (10) Emoções (1) ENEM (2) Ensino Fundamental (1) Ensino Religioso (5) Ervas e Especiarias. (1) Ervas e Temperos (2) Escola (5) ESPECIAL (1) Especiarias (2) Estações Ano (1) Estações do Ano (1) Estado RS (2) Ética (2) EVA (1) Fábulas (2) Família (21) Filhos (9) Filmes recomendados (1) Flores (7) Frases (17) Frases Engraçadas (1) GERAL (4) giffs (1) Gincana (1) Higiene e saúde (5) História (1) Histórias Infantis (53) Historinhas Infantis (10) Homenagem (19) Homenagem ao Pai (2) Humor (6) Imagens (6) Imagens Natal (1) Inclusão (9) Indisciplina (6) Inglês (2) John Lennon (1) Leitura (1) Lendas (1) Letras Músicas (1) Libras (1) Links Infantis (1) Literatura Infantil (7) Livro Infantil (1) Livros (1) Livros de 2010 (1) Logosofia (14) Luto (2) MAGISTÉRIO (2) Martha Medeiros (1) Máscaras (2) Meio Ambiente (6) Mensagem (25) Mensagem para a minha mãe (1) Mensagens (6) Mensagens de Natal (1) Mensagens FIlhos (1) Metáforas (5) Misturas Especiais (1) Moldes (4) Mulher (1) Música (2) Música Gospel (1) Músicas (4) Natal (29) Natal ... (1) Notícias (11) Numbers (1) Numerais (8) Números (5) Orações (2) Ortografia (4) Pai (1) Papai Noel (2) Parábolas (1) Parábolas/Fábulas (4) PEÇA DE TEATRO (15) Piadas (1) Piadas Infantis (7) PLANEJAMENTO DE PROJETOS SEMANAIS (1) Plantio (2) poesia (1) POESIA DE AMOR (15) Poesias (31) POESIAS/PENSAMENTOS (4) Poesias/Poemas (8) Precatórios (1) Preconceito (1) PRIMAVERA (1) Produção de Textos (2) Projeto (5) Projeto Água (1) Projeto Alimentação (1) Projeto Circo (1) Projeto Dia do Trabalho (1) Projeto Folclore (2) Projeto Índio (1) Projeto Mães (3) PROJETO ORAÇÕES (1) Projeto Outono (7) Projeto Pais (2) Projeto Primavera (5) Projetos (85) Projetos 2010 (1) Projetos 2011 (5) Provérbios (15) RBS (1) Receitas (1) Redção para vestibular (1) Relatos (1) Relax (2) Religião (9) Reportagens (24) Ruth Rocha (1) Saudade (1) Saúde (16) Setembro (1) Sexta feira santa (1) Signos do Zodíaco (1) Sites (3) Sugestões (2) Tchau (1) Teatro (1) Temas atuais (3) Tempero (1) Tempo (1) Texto (12) Texto Gasparetto (9) Texto reflexivo (34) Textos Gasparetto (1) Textos Infantis (8) Textos Motivacionais (23) Textos Rubem Alves (1) Truques Domésticos (10) Valores (4) Valores/Virtudes (8) Vegetais Desidratados (1) Vinho (1) Vulcão Puyehue (1)

domingo, 21 de novembro de 2010

Ler é o melhor remédio pra o tédio

Hoje Cedo fui ao Jardim

Marlene B. Cerviglieri

Hoje cedo fui ao jardim
De tão rápido o meu atchim
Que escorreguei e fui para o chão
Com a cara toda no jasmim

A minhoca assustada
Arrastou-se para o lado
E eu olhando
Com o rosto lambuzado

O jeito é ir entrando
Lavar todo o melado
Corrigir o joelho
Que também está machucado!

Marlene B. Cerviglieri



O GALINHO TEIMOSO

Marlene B. Cerviglieri
 
O galinheiro era muito grande, com uma árvore de goiabas no meio. No fundo tinha como um barracão onde as galinhas botavam seus ovos. Do outro lado ficavam os porquinhos, pois faziam muita sujeira e barulho também. Todas as galinhas tinham suas ninhadas, dava gosto de ver os pintinhos andando pelo galinheiro tentando ciscar imitando suas mamães. Eram de todas as cores, desde amarelo, brancos, pretinhos e até rajadinhos e uns quase ruivos. Da ninhada da carijó nasceu um galinho muito espertinho.
Desde pequeno andava sempre de crista empinada mexendo sempre onde não devia. Sua mãe, a galinha carijó, muito bonita por sinal, procurava ensinar a todos da mesma forma. Não adiantava, pois o galinho era danado mesmo. As goiabas caiam do pé e eles aproveitavam para comer suas sementinhas e até a polpa da fruta. Não sobrava nada.
Recebiam todo dia a ração e a água era muito limpinha. Certo dia o galinho percebeu que havia outros vizinhos do outro lado. Eram os porquinhos. Percebeu, também, as cestas onde as galinhas botavam os ovos. Mas, que novidade! Ficou todo alegrezinho. Andava e andava, pensando num jeitinho de passar para o outro lado. Na primeira tentativa sua mãe viu e correu para ele:

- Não faça isso galinho! Você vai arrumar encrenca. O que você quer do outro lado?
- Nada mamãe, só ver como é.
Na realidade o que ele queria mesmo era provar a comida dos porquinhos, pois de longe parecia muito apetitosa. Um outro dia lá foi o galinho, teimoso que era. Tentou, tentou e ficou enroscado na cerca.
- E agora, o que faço?
Quanto mais se esforçava mais preso ficava. Gritou, esperneou e nada. Com muito esforço conseguiu sair. É claro que todo machucado.
- Ah minha asinha, como ficou!
Todos riram dele no galinheiro, pois sua teimosia lhe custou caro. Veio a dona do galinheiro e o levou para passar remédio nos ferimentos. Quando o trouxe novamente, jogou-o e disse:
- Da próxima vez irá para a panela seu galinho teimoso.
É. Nem sempre prestamos atenção em nossas teimosias, elas podem ser muito más para nós. As consequências, às vezes, nos machucam e muito.
Não seja um galinho teimoso, preste atenção nas suas curiosidades, às vezes não precisamos nos machucar para sabermos das coisas.

Fique no seu lugar. Pergunte e logo saberá o que pode e o que não deve fazer. Ser audacioso às vezes é perigoso!

Marlene B. Cerviglieri


O PAPAI NOEL

Marlene B. Cerviglieri

             
Era época de Natal e as ruas estavam movimentadas, as lojas com suas vitrines todas enfeitadas, esperando o Natal. As crianças passavam pelas lojas e ficavam admiradas de ver tantos brinquedos, tantas coisas lindas.Todos se encantavam até os adultos.É porque adulto também ganha presente do Papai Noel. Naquele dia Júlio estava um pouco cansado, pois tinha estudado bastante era fim de ano, precisava terminar com boas notas.
Nesta época além de estudar ele fazia um curso de marcenaria. Júlio tinha uma habilidade fora do comum, sabia montar cadeiras, armários e muitas coisas mais. Sendo assim seu pai achou que seria interessante que ele fosse aprender com um marceneiro da cidade. Naquele dia apesar de estar cansado foi para a  marcenaria e lá  chegando viu o Sr. José o marceneiro aprontando um monte de cadeirinhas.
Perguntou então: - Porque está fazendo tantas cadeirinhas?
E o Sr. José respondeu:
- Faz parte da mobília que estou montando. Já fiz as camas , as cômodas e agora faltam as cadeirinhas.
- O senhor vende para as lojas ?
- Não, eu não vendo. Eu dou para o Papai Noel, e ele entrega para as crianças de presente!
- Nossa! Sua ideia é muito legal. Será que também posso fazer alguma coisa?
- Claro! A gente sempre pode ajudar.
- Então eu poderia fazer algumas mesinhas. Posso até desenhá-las.
- Vou arrumar madeira para você meu garoto, e pode já começar o trabalho.
Júlio trabalhou bastante e o Sr. José também. Envernizaram e pintaram toda a mobília. Ficou uma gracinha mesmo. Trabalharam até tarde para entregar tudo ao Papai Noel.
- Sr.José, o Papai Noel virá até aqui buscar?
- Não meu caro Júlio. Eu mesmo vou levar até ele.
Que pena, pois gostaria de conhecê-lo.
- Então ele não virá aqui?
- Não. Como já disse levarei até ele.
Júlio esqueceu do assunto e foi para casa. Depois de ter trabalhado muito e ter feito um monte de mesinhas, cadeirinhas, caminhas, finalmente chegaram ao fim. A próxima semana já seria Natal. Na escola a professora pediu para que todos escrevessem uma cartinha para o Papai Noel. Júlio pensou, pensou...
- O que vou escrever para o Papai Noel?
Ai de repente veio a ideia:

" Caro Papai Noel
 Sou um menino ainda, mas gosto muito de trabalhar com madeira.
Hoje terminei todas as mesinhas, que o Sr José o marceneiro que me ensina,irá levar para o senhor. Gostaria de lhe pedir o favor de distribuir todas as mobílias para as menininhas, principalmente aquelas que não tem muitos brinquedos. Porque, aquelas que têm muita coisa, não vão se importar com simples mobílias feitas de madeirinhas.

Papai Noel, para mim não precisa trazer nada, já tenho tantos brinquedos. Eu ficando com a minha bicicleta para ir até a escola e a marcenaria, já está muito bom. Portanto vou colocar todos os meus brinquedos dentro de um saco. Como não sei onde encontrá-lo, vou entregar ao Sr José para que ele leve até o senhor.

Por favor, distribua para todos aqueles que lhe pediram um brinquedinho, pois assim ninguém ficará sem receber nada.



Assinado Júlio"





Entregou a carta para a professora. Esta colocou num envelope e despachou para o Papai Noel. Este recebeu todas as cartas e também o saco de brinquedos do Júlio. No dia de Natal quando ele levantou e foi abraçar os pais, teve uma grande surpresa! Encontrou na sala, uma maleta com todas as ferramentas para poder trabalhar em suas madeiras.
- Mas eu não pedi nada para o Papai Noel!
Dentro da caixa havia um bilhete:

“Para um menino caridoso,

Um menino bondoso e merecedor.
Faça muitos brinquedos que entregarei sempre para todas as crianças.

Assinado: Papai Noel”



Júlio cresceu fazendo brinquedos e hoje, já adulto, tem uma grande fabrica de brinquedos, mas nunca esquece de enviar um saco cheio deles para o Papai Noel distribuir.
Como vocês vêem é dando que se recebe. Praticar o bem, mesmo para quem não se conhece.
Feliz natal amiguinhos

Feliz natal para todos!

        Marlene B. Cerviglieri






AS NUVENS DO CÉU

Marlene B. Cerviglieri

 Estávamos todos deitados no chão de areia quente, na praia linda de um verão que foi inesquecível.
Tínhamos nadado, corrido atrás de bola, pescado, enfim feito tudo que tínhamos direito.
Sendo assim, ali, deitados na areia morna, descansávamos.
Olhando o céu, vi duas nuvens tão lindas destacando-se no azul imenso quase se juntando ao mar revolto.
E ai começa a história:
Era uma vez duas famílias de nuvens que eram vizinhas no céu.
Ambas tinham filhos e viviam em perfeita harmonia, pois ali era o céu...
Às vezes passavam maus bocados, pois o Sr Trovão gostava de vir berrar bem em cima delas e isso as fazia chorar muitas lágrimas pesadas.
Mas, hoje tudo estava calmo e as crianças, duas lindas meninas foram brincar lá fora.
- De que vamos brincar? perguntou uma nuvenzinha.
- De desenhar. - disse a outra.
- E o que vamos desenhar hoje?
- Eu vou desenhar um urso bem grande e você?
- Desenharei o carro do papai Noel.
E assim começaram seus desenhos.
Daqui da terra acompanhei tudo.
Que coisa mais linda foi se montando no céu!
O urso foi crescendo e até andava bem devagar em torno da nuvem mãe que também estava por lá.
E o carro do papai Noel! Lindo, Lindo!
Suas renas com laços enormes e com muitos presentes e o papai Noel parecia muito contente...
Então me veio o pensamento:
- Papai Noel pode visitar todos. Mesmo os que não recebem o presente dele, é só olhar o céu, procurar e escolher o seu!
Brinque com ele, peça as estrelas para ajudar e até dona Lua pode te dar uma mãozinha.
Hei, hei, acorda Dudu você está bem?
Aí, então, vi que havia sonhado, mas quando olhei para o céu lá estavam elas brincando novamente.E agora, o que seria que iriam desenhar as nuvens do céu?

A Abelhinha e o Gafanhoto
Marlene B. Cerviglieri


Naquela fazenda muito grande, de pastos verdejantes onde bois e cavalos pastavam muito felizes, havia um paiol muito alto e redondo. Lá ficava guardado o milho e a ração de todo o gado. Bem no alto deste paiol havia uma colmeia. Era grande e muitas famílias ali moravam e trabalhavam o dia inteiro. Em especial havia uma abelha que cuidava muito bem do seu cantinho e de suas abelhinhas. Ensinava tudo que sabia para as suas abelhinhas, para que mais tarde pudessem cuidar também de suas colmeias. Dizia a mamãe abelha:

- Nunca voem longe daqui, há muito que recolher por perto. As laranjeiras estão em flor e é fácil de chegar até elas. Mesmo os limoeiros também têm flores e podemos recolher o néctar. Não se deixem levar pelos outros amiguinhos de vocês, não saiam sem me avisarem até onde vão e ficarei contente em saber.

Acontece que a abelhinha menor que ainda estava aprendendo o oficio nem voar direito sabia, era muito rebelde.

Pensava assim;

- Ah...ela sabe tudo, eu preciso voar longe para aprender também. Avisar, para quê?

Um dia estava voando entre as árvores, quando seu amigo um pouco mais velho o gafanhoto chamou-a;

- Abelhinha venha cá.

Esta voou logo para perto dele.

- Veja ele disse, está vendo lá longe, achei um lugar que tem umas ervinhas  deliciosas para se comer.

- Mas eu não como ervinhas, gosto mesmo é de açúcar respondeu a Abelhinha.

- Vamos até lá comigo- disse ele-, eu tenho certeza que tem açúcar também.

Assim foram os dois voando até bem pertinho da usina da fazenda. Na usina tem açúcar e outras coisas mais como, por exemplo, álcool. O gafanhoto se divertia comendo as folhas de cana que eram finas e abundantes. A Abelhinha voou um pouco mais e achou um tonel cheio de garapa, era a cana sendo moída e o açúcar cheirava de dar água na boca. Esta não teve dúvida e mergulhou naquele caldo verde delicioso. E assim comeu muito açúcar e foi ficando enjoada e pesada. Chamou pelo amigo gafanhoto, mas este já havia voado para outro bando de cana.

- Oh meu Deus, o que faço agora?

Tentava voar e não conseguia, sua cabeça girava e seus olhos estavam pesados. Nesta hora lembrou-se de sua mamãe. Eu devia ter avisado que tola que fui. Ficou ali grudada no tacho da garapa sem poder sair. Na colmeia sua mãe já havia notado a sua ausência. Mãe sempre está alerta com seus filhinhos, podem ser pequeninos ou grandes. Deu o alerta geral para as outras amigas abelhas e saíram todas a procura da abelhinha. Depois de muito procurar encontraram o gafanhoto que disse onde ela deveria estar. Finalmente localizaram a rebelde.

Conseguiram erguê-la e duas abelhas fortes a levaram para a colmeia. Lá adormecida de tanto respirar o álcool e de comer muito açúcar dormia agitada. No outro dia quando acordou muito envergonhada perante seus pais e irmãos, pediu desculpas e prometeu que nunca mais faria uma coisa desta.

- Sabe mamãe eu pensava que podia ir sozinha.

- Você até pode minha abelhinha, mas nunca deixe de nos avisar para que possamos preveni-la do que poderá encontrar. Você deve ter suas experiências, mas dividindo conosco vai ser muito mais fácil.

Esta história é para as crianças grandes e pequenas que pensam que sabem tudo. Na hora do aperto e do perigo e que lembram dos mais velhos para orientá-los. Você é responsável por si mesmo, não abuse. Tenha suas experiências, mas tente dividir com alguém mais experiente. Não se esqueça que quanto mais alto o voo, a queda será mais dolorida.

  Cresça Feliz!



Marlene B. Cerviglieri






Quem não tem medo?



        Marlene B.Cerviglieri



 Todos nós temos os nossos medos, principalmente quando pequenos.
Muitas coisas não compreendemos e nos assustam alem de criarmos nossas fantasias.
João Vitor era um garotinho muito querido por todos na família, especialmente os avôs que eram chamados vô João e vô Vitor.
Os dois contavam estórias e faziam muitas brincadeiras com o netinho que ultimamente andava triste.
Resolveram os dois ficarem uma tarde com o neto para ver se poderiam ajudá-lo.
Assim sendo os dois brincaram a tarde toda com o garoto até que conseguiram conversar com ele.
-Meu querido diga para nós o que esta deixando você tão tristonho?
-Eu não estou triste, apenas não quero ir dormir em minha cama, e a mamãe não deixa mais eu ir dormir com ela.
-Deve haver alguma coisa que impede você de ir dormir na sua cama.
Seu quarto é tão bonito e foi feito especialmente para você!
-Sei disso, vô João e vô Vitor , mas mas...tenho medo!
-Só isso disseram os dois.
-É tenho medo de ficar no meu quarto.
-Cada um de nós tem uma estória para te contar.
-Conta você primeiro João.
-Bem disse João você sabe que um dia eu também já fui criança como você?
-Claro né vô e sei que um dia vou ficar idoso como você.
-Esperto este meu menino.
Bem vou te contar a estória de minha cama e de meu medo.
-Aprumaram-se os três para ouvi-lo.
-Eu tinha um quarto não muito grande mas eu gostava dele.
-Porém comecei a ouvir uns ruídos estranhos, e não sabia o que era.
-Fiquei acordado prestando atenção e não conseguia saber o que era..
-O medo foi tomando conta de mim e me encolhi todo na cama me enrolei nos lençóis.
-No dia seguinte falei com minha mãe, e não quis ir dormir no meu quarto.
-Pedi e ela consentiu que eu dormisse no quarto dela.
-Foi muito bom dormi a noite toda sem medo e sem ouvir nada.Mas a noite seguinte, meu pai me levou para meu quarto e disse-me que tinha estado lá e não ouviu nada e não tinha nada.
-Fiquei apavorado mas fiquei no quarto e me enrolei nos lençóis e logo mais tarde comecei a ouvir os ruídos novamente.
-Chorei esperneei e naquela noite não fui para o quarto sozinho.
Meu pai foi dormir comigo e levou um colchonete, e ficou junto de mim.
-No inicio dormimos.
De repente comecei a ouvir o barulho.
Desci da cama de mansinho e chamei papai que dormia.
-Papai, papai.
-Os dois juntos ficamos atentos, eu tremia de medo.
-Para minha surpresa papai foi até a janela abrindo-ª
-Chamou-me e rindo me mostrou os galhos de uma enorme t trepadeira que o vento balançava e raspava na janela!
Este era o barulho que criara o medo em mim...
-Fiquei tão contente quando papai me abraçando disse-me:
-Vou te contar a minha estória agora, de medo é claro.
-Como você também fui criança um dia e tive meus medos.
-Chorava a noite e não queria ir para minha cama.
Claro é melhor ficar com o papai e mamãe.
Mas cada um tem sua cama seus lençóis seu lugarzinho para suas fantasias.
Um dia você vai entender isto.
-Bem.minha mãe me levou para a cama e me disse:
-Filho , hoje cedo eu sacudi is teus lençóis e pedi para todos os espíritos brincalhões ou os que gostam de assustar irem embora.Faço isto toda manhã quando arrumo teu quarto.Você mesmo pode fazer isto quando eles te incomodarem.Arrume a cama novamente e estique bem os lençóis, você vai dormir na hora.
Vamos fazer já para você ver como é.E assim sendo minha mãe desarrumou a cama novamente e disse.Saiam todos daqui deixem meu menino dormir em paz , arrumando minha cama todinha.
-Dormi profundamente aquela noite e todas as outras, sempre que preciso sigo o que minha mãe me ensinou.
-Portanto meu caro netinho faça o mesmo, arrume a cama novamente do seu jeitinho e espante todos os fantasminhas.
-Que bom vô é uma ideia. Vou fazer isto.
-João e Vitor se entre olharam e mais tarde comentaram-Se todos conseguissem espantar os fantasminhas de suas camas que bom seria.Mas desde cedo é que se ensina a enfrentá-los não é mesmo?
-O medo criado e o fantasma imaginado.
-Quanto ainda a aprender
...
E assim João Vitor consegui dormir sem medo lembrando e pondo em pratica a lição do vô João.

A FÁBRICA DA LARANJA
Marlene B. Cerviglieri


- É tão bonito de se ver, tanto quanto um vaso de flores.
- O quê, mamãe?
- Uma cesta cheia de frutas.
- Frutas, mamãe?
- É isso mesmo.
- Vou te contar uma estória sobre frutas.
- Uma vez havia uma fruteira cheia de frutas na sala de minha avó. Eram tão lindas que eu imaginei que elas conversavam. Encostei minha cabeça na mesa para ouvir a conversa. Sabe o que estava acontecendo? Elas estavam brigando...
- Brigando mamãe?
- Sim, meu filho, brigando.
- Dizia a banana para o mamão:
- Você está vermelho demais, é de vergonha eu creio.
- Nada disso - respondeu ele - pensa que não vi! você está cheia de pêlos e muito branquinha, por isso tem inveja de mim porque eu sou corado.
- Você não sabe nada... – respondeu a banana - não tenho pêlos seu bobinho, são as proteções para minha polpa.
Enquanto isso a pêra empurrava o abacaxi reclamando:
- Chega pra lá, você está arranhando a minha pele macia e delicada.
- Cala a boca, sua chata. – respondeu o abacaxi – você é que quer ficar grudadinha em mim só para sentir o meu perfume gostoso. Vamos, fala a verdade!
A pêra se afastou amuada. A ameixa reclamou da grosseria do abacaxi. A maçã foi logo se afastando para não entrar na confusão. O melão discutia com o cacho de uva que dizia:
- Vou falar com a dona da fruteira. Ela precisa separar as frutas. Estas frutas espinhosas – olhou para o abacaxi – têm de ficar com as de cascas duras amarelas – e olhou para o melão. Senão as frutas delicadas como o mamão, a dona pêra, a dona maçã serão esmagadas.
E assim continuaram a brigar, sem perceber a tristeza da laranja encostadinha neles. Pensava a laranja:
- Ninguém gosta de mim. Sempre escolhem a banana, o mamão e a dona maça. Não devo ter graça nenhuma.
Nesse momento entraram na sala de jantar, minha vovó, meu irmãozinho menor e o teu tio Pedro.
Sentaram-se ao meu lado sem se importar comigo ali deitada fingindo que dormia.
- Veja Pedro, - disse pegando a laranja na mão, - Esta é uma laranja. Quando você a pega na mão, assim, parece que não tem nada, não é mesmo?
- Suco vovó.
- Não meu querido, não é só isso. Veja o que a vovó vai fazer com uma laranja
Pegou a laranja e cuidadosamente tirou a casca. Depois tirou gomo por gomo e colocou no pratinho.

- Veja Pedro vou mostrar a você a fábrica de garrafinhas que a laranja tem.
- Fábrica de garrafinhas?
- Isso mesmo, veja.
Com cuidado tirou a pele do gomo e foi tirando as garrafinhas cheias de suco.
- Que coisa bonita vovó?
- E agora vamos à casca. Vamos parti-la em tirinhas deixa-las de molho e mais tarde farei tirinhas de casca de laranja açucaradas.
- Puxa! quanta coisa não é vovó?
- Ali, fingindo que dormia, meu filho, aprendi muito. Às vezes você está no meio de tantos e se sente nada. Mas sempre há alguém que vem e mostra a você o seu valor chegando ao seu coração.
- Como a laranja mamãe?
- Isso mesmo, filho.
- Sabe meu querido, devemos comer de todas as frutas. É claro que há alguma que o seu corpinho não aceita.
- É, eu sei, por causa da alergia não é mesmo?
- Isso meu querido.
- Sabe mamãe, lá na escola vamos fazer uma salada de frutas. Vou aproveitar para contar a estória para eles.
Na fruteira a laranja estava feliz.
- Puxa não sabia que eu tinha uma fabriquinha dentro de mim...
E agora amiguinhos, vamos comer frutas?    

Marlene B. Cerviglieri            


A CASA DA BARATINHA

Marlene B. Cerviglieri

Vivia a Baratinha numa casa muito pequenina, no canto de uma sala de uma casa muito grande. A casinha era muito lindinha. Não havia separação tudo estava no mesmo espaço.
Por exemplo, a caminha dela estava num cantinho, era uma tampa de vidro toda forradinha de folhinhas de papel, que às vezes ela mordiscava a noite toda e, pela manhã, não tinha mais papel na caminha.
Tinha uma mesinha que era feita de uma caixinha de fósforo e em cima dela havia um vasinho de danoninho.
O tapetinho do chão era um pedacinho de pano todo pintadinho. A cozinha era muito limpinha. Não tinha fogão, pois a mamãe da Baratinha tinha lhe ensinado que era perigoso ter fogo por perto e mexer em fogão, então, nem pensar. Explicou sobre um tal gás que sai e que ela morreria sem ar.
Sendo assim tinha um armário para guardar sua comida. Este armário foi feito com palitos de sorvetes e tinha boas prateleiras. O banheiro era todo forrado de jornal.
A Baratinha era muito vaidosa e estava querendo um guarda-roupa para colocar em seu quarto e guardar suas roupas. Sendo assim, todo dia saia em busca de alguma coisa para sua casinha. Um dia viu os brinquedos guardados no porão e pensou:
- Ah, é lá que vou achar meu guarda-roupa.
Andou por tudo e finalmente encontrou o que procurava. Ficou muito contente com seu achado, um armário que tinha sido de uma bonequinha. Voltou para casa, pois já estava ficando tarde, tinha ficado muito tempo fora.
Na manhã seguinte, resolveu ir buscar o tal armário. Saiu devargazinho de sua casa como sempre fazia, pois tinha medo de ser vista e pega.
Conseguiu chegar até o porão e foi até o seu achado. Resolveu que iria abri-lo, pois não o tinha visto muito bem no dia anterior. Assim o fez. Que surpresa! Estava cheio de roupinhas lindas.
Era mais do que esperava, ficou mais contente ainda. Resolveu que levaria uma a uma para sua casa e por último o armário. Ah, o armário!  Como faria?  Era pesado!
- Não vou pensar nisto agora. – disse.
E levou todas as roupinhas para sua casa. Depois de todo este trabalho faltava ainda o armário. Tentou de todas as maneiras, mas percebeu que sozinha não conseguiria levá-lo. Que fazer agora?
- Preciso de ajuda ou ficarei sem o armário.
Assim sendo ficou muitos dias sem saber o que fazer. Sentada em sua casinha, muito pensativa, viu quando a vizinha dela, dna Formiga, passou várias vezes carregando alguma coisa.
- É um trabalho cansativo – pensou.
Mas devagar e sempre ela vai levando tudo para sua toca. Levantou-se e foi até o porão. Olhou bem para o armário de todos os lados, e finalmente teve uma idéia.
Tirou as gavetas, uma por uma, e foi levando-as devagar. Voltou e deitou o armário que ficou mais leve sem as gavetas e sem as tabuas de dentro, todo dia arrastava um pouquinho mais.
Ficava tão cansada que às vezes dormia no chão mesmo. Finalmente conseguiu levá-lo todo. Montou e arrumou todas as suas roupinhas dentro dele. Suspirou feliz porque conseguiu fazer o que queria resolvendo tudo sem se aborrecer e por ela mesma.
- É assim mesmo - pensava já sentadinha em seu quarto -, quando você quer alguma coisa tem que lutar por ela, ter paciência e devagar vai conseguindo tudo.
A pressa e a falta de paciência impede você de pensar e achar um meio de resolver o que está a sua frente. Devagar e sempre se chega aonde se quer. Podemos receber ajuda, mas nem sempre as pessoas estão disponíveis, pois cada uma tem a sua casinha para cuidar.
Que tal, vamos dar uma volta na casa da Baratinha para ver como ficou?


     Marlene B. Cerviglieri

Nenhum comentário:

Postar um comentário