Tchau sujeira
Lélia Chacon e colaboraram Deborah Kanarek, Fernanda Portela, Malu Echeverria, Mônica Brandão e Patrícia Cerqueira
Na casa da empresária Cláudia Maria de Moraes Gonçalves, mãe de Daniela, 8 anos, a cena se repete todos os dias. "Daniela, vá tomar banho", ordena a mãe. A menina enrola quanto pode. Só se rende quando a mãe está no limite da paciência. Ainda assim, Cláudia conta que tem de acompanhar a filha até o chuveiro. "Ela pára no caminho e começa a brincar com outras coisas". E a batalha não termina aí. "É briga para entrar e depois é briga para sair", conta a mãe. O banho é um foco comum de resistência nessa idade. É que o filho já tem autonomia para fazer quase tudo sozinho e gostaria também de ser dono da própria rotina. Daí o artifício de driblar ou adiar como pode a ordem dos pais e ter o gostinho de decidir atender ao pedido quando ele quer. "Nesse caso, se as regras da casa são muito rígidas, os pais terão mais conflitos com a criança. Mas isso não explica tudo. Um ponto muito importante é que ainda é difícil nessa idade deixar a brincadeira ou a televisão para cumprir obrigações, como o banho", diz a psicóloga Silvia Sinisgalli. Ela explica que quando a criança é menor, essas obrigações vêm acompanhadas da presença da mãe. "Elas resistem menos porque esses momentos se transformam em trocas de afeto. A partir dos 4 anos, quando começam a tomar banho sozinhas, sobra apenas a obrigação e podem ter início as resistências, como a ida ao chuveiro", observa Silvia. Mas por que é difícil depois tirá-los do banho? "Não é porque eles adoram se lavar. A brincadeira é que fala mais alto", diz.
Sujo, e daí? Outro aspecto que os pais costumam esquecer é que criança não se incomoda com sujeira como eles. A preocupação com a higiene é cultural e adquirida. Seu filho sente é prazer com lambuzeiras, que fazem parte da farra para ele. Conforme avança a sociabilização, ele começa a sentir que estar limpo e cheiroso é uma qualidade apreciada para ser aceito no grupo. Quando essa percepção fica mais clara, em algum momento entre os 8 e 10 anos, as batalhas, na maioria dos casos, começam a escassear.
Bê-á-bá do chuveiro "Mesmo que a higiene não entusiasme nessa idade, os pais não devem deixar de falar de sua importância para o filho", lembra a psicóloga Maria Aparecida Chleier.
Não concorde que a criança durma sem tomar banho, a não ser em situações excepcionais.
Na hora da resistência, o melhor é fazer combinados e flexibilizar horários em vez de ceder.
Dar uma atenção especial à criança na entrada ou na saída do banho facilita as coisas. Ofereça-se para enxugar seu filho ou tirar uma peça de roupa. Às vezes só o fato de ficar por perto, dando um apoio moral, ajuda.
Sujo, e daí? Outro aspecto que os pais costumam esquecer é que criança não se incomoda com sujeira como eles. A preocupação com a higiene é cultural e adquirida. Seu filho sente é prazer com lambuzeiras, que fazem parte da farra para ele. Conforme avança a sociabilização, ele começa a sentir que estar limpo e cheiroso é uma qualidade apreciada para ser aceito no grupo. Quando essa percepção fica mais clara, em algum momento entre os 8 e 10 anos, as batalhas, na maioria dos casos, começam a escassear.
Bê-á-bá do chuveiro "Mesmo que a higiene não entusiasme nessa idade, os pais não devem deixar de falar de sua importância para o filho", lembra a psicóloga Maria Aparecida Chleier.
Não concorde que a criança durma sem tomar banho, a não ser em situações excepcionais.
Na hora da resistência, o melhor é fazer combinados e flexibilizar horários em vez de ceder.
Dar uma atenção especial à criança na entrada ou na saída do banho facilita as coisas. Ofereça-se para enxugar seu filho ou tirar uma peça de roupa. Às vezes só o fato de ficar por perto, dando um apoio moral, ajuda.
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