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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

As Artes na formação do professor polivalente

   
Educação - Arte-educação 
Escrito por Eliana Pougy    

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, presentes nos Pareceres CNE/CP n. 05/2005, 01/2006 e na Resolução CNE/CP no. 01/2006, inauguram novas discussões sobre formação do profissional da educação básica. Elas apontam para uma organização curricular da Pedagogia fundamentada nos princípios de interdisciplinaridade, contextualização, democratização, pertinência e relevância social, ética e sensibilidade afetiva e estética.
Então, eu pergunto: qual é a concepção de sensibilidade estética que as faculdades de Pedagogia vêm praticando? Qual é a concepção de Artes que está explícita ou implícita nos currículos das faculdades de Pedagogia? Que tipo de valores culturais estamos construindo ou deixando de construir no decorrer do curso que prepara os futuros docentes dos primeiros anos de escolarização? Ou ainda: o que transmitimos aos futuros pedagogos ao omitir-lhes os saberes estéticos e artísticos em sua licenciatura?
Todos sabemos que - quando estão presentes no currículo da Pedagogia – o estudo das Artes inclui apenas o aprendizado de uma metodologia de ensino, já que as Artes são um componente obrigatório do currículo do ensino básico brasileiro. Entretanto, eu penso que as Artes deveriam estar presentes como um componente básico e obrigatório nos currículos da Pedagogia, tal como a Filosofia, a História, a Sociologia e a Psicologia.
O estudo das Artes na Pedagogia permitiria que as diferentes formas de cultura fossem vividas e compartilhadas, e, principalmente, analisadas semioticamente. Além disso, levaria os licenciandos a se relacionarem com os aspectos mais profundos da emancipação nos quais a meta de lutar contra todas as formas de preconceito e de dominação seja realmente alcançada.
Por essa via, durante o primeiro semestre de 2009, propus aos licenciandos da faculdade de Pedagogia em que ministro a disciplina Conteúdo e Metodologia das Artes que criassem, produzissem e expusessem obras de arte que expressassem a sua vivência nos estágios supervisionados. Minha hipótese era que, desse modo, conseguiriam desconstruir e ressignificar o objeto de estudo da área do saber Artes e, também, construiriam o saber sobre a metodologia de ensino de Artes.
A avaliação diagnóstica que realizei apontou que meus alunos das turmas do 5º. semestre, compostas na sua maioria por mulheres de vinte a cinquenta anos, sentiam-se afastados das artes em sua vida cotidiana. Muitos deles expressaram um profundo desinteresse pelo assunto, reforçado pela péssima experiência vivida no ensino básico. A maioria de meus alunos afirmou não ter tido boas experiências como alunos de Artes, pois não construíram sentido para o aprendizado de técnicas ou de atividades desconectadas e, muitas vezes, frustrantes.
A partir dessa atividade inicial, iniciei o projeto que chamei “Abstraindo a experiência do estágio”. Propus, então, que participassem de oficinas de artes visuais, música, dança e teatro. Depois, propus que eles vivenciassem aulas de apreciação de obra de arte e de contextualização, a fim de responder à questão: por que gostamos tanto de arte acadêmica? Gradativamente, forma introduzidos conceitos como ready made e apropriação.
Ao final de dois meses de trabalho, com quatro aulas semanais, começamos a planejar as obras de arte. Em rodas de conversa, eles expressaram os sentimentos e sensações vividos nos estágios na Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Com minha orientação, transformaram esses sentimentos em metáforas, ou em imagens que expressassem esses sentimentos. Eles ficaram livres para escolher a linguagem e a técnica.



















Além das obras de arte, propus como instrumento de avaliação do aprendizado dos alunos um portfólio e a criação de planos de aula, frutos da reflexão sobre o nosso processo durante o semestre. Em outra oportunidade, mostrarei alguns desses planos.

É como afirma Sandra Mara Corazza (2002), o professor precisa “artistar”. Artistar, segundo ela, é uma estética, uma ética e uma política a se inventar junto a uma educação que procura o não-sabido, o não-olhado, o não-pensado, o não-sentido, o não-dito, em prol de uma educação que valorize os princípios de comunidade, esforço humano e justiça social. Precisamos criar um novo tipo de educador, alguém que também saiba utilizar as linguagens de forma poética, intertextual, sensível e crítica.

Um professor precisa ser uma fonte de inspiração para seus alunos, um companheiro de viagem, um “ser junto”. Ele precisa de uma formação, inicial e continuada, que valorize as Artes e os saberes culturais, estéticos e artísticos. Se isso não ocorrer, é o currículo oculto da Pedagogia que se fará presente, são as forças do desejo de manutenção dos poderes estabelecidos, de discriminação, preconceito, que se instaurarão.
Caso queiramos mudanças na educação básica brasileira, a primeira mudança deveria ocorrer no currículo da licenciatura em Pedagogia. Uma matriz curricular que não tem as Artes como componente obrigatório transmite aos licenciandos, futuros docentes, que a ampliação do repertório cultural dos estudantes não é importante. É como afirma Giroux “aquilo que não é dito é tão importante quanto aquilo que é dito” (1997, p. 36).
 Profa Mestre Eliana Gomes Pereira Pougy
Universidade de Mogi das Cruzes – campus Villa-Lobos/Lapa

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