Aprendi com ele que cada um de nós é único e isso impõe grandes desafios: aceitar, conviver, ajudar, trocar e somar
Por Luciana Belliboni*
Não vou dizer quantos anos o Dudu tem porque foi ele quem me ensinou a não precisar dessa informação – e menos ainda das comparações que ela trás.
Aprendi que cada um tem seu ritmo, suas características e peculiaridades e que, se nas nossas semelhanças podemos nos encontrar, é nas diferenças que podemos aprender.
O Dudu não fala da nossa maneira, mas nos mostra como a comunicação pode ir além das palavras e quantas oportunidades se abrem quando nos compreendemos sem elas.
Moramos no mesmo prédio (confesso, a família dele vive no meu coração) e vocês não acreditam o quanto conversamos nos encontros no elevador ou quando ele nos faz uma surpresa e vem aqui, em casa, Entre gostosas folias, chocolates e as mais puras risadas, esse pequeno mestre me ensina a ver a vida de outra forma e a admirar cada vez mais o trabalho que seus pais, sua acompanhante e todos que o cercam têm feito por ele, E mais: o trabalho que têm feito por causa dele e por tantas famílias que enfrentam os mesmos sentimentos e preocupações.
Costumo dizer que essas pessoas são seus anjos da guarda, mas na verdade tenho a certeza de que é ele o verdadeiro anjo, cuja missão é abrir em nossa mente e no nosso coração espaço para a ternura e para a tolerância, criando oportunidades de ler a vida de uma forma diferente.
Acompanhei desde a chegada do Dudu ao mundo as expectativas, as ansiedades e os medos enfrentados por todos. Vi sentimentos como tristeza, angústia e pena serem substituídos por alegria, orgulho, realização e muito, muito amor.
Percebi que o maior desafio era proporcionar a ele felicidade, mesmo que para alcançá-la fosse necessário aprender, como todos fizeram, a percorrer um caminho desconhecido e nem sempre confortável. A confiança na busca permitiu a certeza de uma oferta infinita de possibilidades.
Respeito, dedicação, perseverança, coragem, esperança, paciência e uma capacidade de lidar com o improvável e o inesperado construíram uma relação impecável. O contato com outras famílias, as trocas de informação e o apoio de profissionais dedicados também foram e são fundamentais no processo.
Resultado? Não há a menor dúvida. O Dudu é uma criança muito feliz! Vai à escola, brinca, faz arte e assim está construindo a sua historinha, cheia de desafios e descobertas e uma lista imensa de conquistas!
O Dudu tem a síndrome de Angelman e, por isso, é considerado uma criança especial. Mas o que o torna realmente especial é ele ser o Dudu!
(A síndrome de Angelman recebeu esse nome em 1965, quando o médico britânico Harry Angelman a descreveu pela primeira vez como um distúrbio genético-neurológico. A partir de então, várias pesquisas e descobertas têm servido como uma fonte enriquecedora de informação e apoio.)
* Luciana Bertolucci Belliboni é pedagoga de São Paulo.
Aprendi que cada um tem seu ritmo, suas características e peculiaridades e que, se nas nossas semelhanças podemos nos encontrar, é nas diferenças que podemos aprender.
O Dudu não fala da nossa maneira, mas nos mostra como a comunicação pode ir além das palavras e quantas oportunidades se abrem quando nos compreendemos sem elas.
Moramos no mesmo prédio (confesso, a família dele vive no meu coração) e vocês não acreditam o quanto conversamos nos encontros no elevador ou quando ele nos faz uma surpresa e vem aqui, em casa, Entre gostosas folias, chocolates e as mais puras risadas, esse pequeno mestre me ensina a ver a vida de outra forma e a admirar cada vez mais o trabalho que seus pais, sua acompanhante e todos que o cercam têm feito por ele, E mais: o trabalho que têm feito por causa dele e por tantas famílias que enfrentam os mesmos sentimentos e preocupações.
Costumo dizer que essas pessoas são seus anjos da guarda, mas na verdade tenho a certeza de que é ele o verdadeiro anjo, cuja missão é abrir em nossa mente e no nosso coração espaço para a ternura e para a tolerância, criando oportunidades de ler a vida de uma forma diferente.
Acompanhei desde a chegada do Dudu ao mundo as expectativas, as ansiedades e os medos enfrentados por todos. Vi sentimentos como tristeza, angústia e pena serem substituídos por alegria, orgulho, realização e muito, muito amor.
Percebi que o maior desafio era proporcionar a ele felicidade, mesmo que para alcançá-la fosse necessário aprender, como todos fizeram, a percorrer um caminho desconhecido e nem sempre confortável. A confiança na busca permitiu a certeza de uma oferta infinita de possibilidades.
Respeito, dedicação, perseverança, coragem, esperança, paciência e uma capacidade de lidar com o improvável e o inesperado construíram uma relação impecável. O contato com outras famílias, as trocas de informação e o apoio de profissionais dedicados também foram e são fundamentais no processo.
Resultado? Não há a menor dúvida. O Dudu é uma criança muito feliz! Vai à escola, brinca, faz arte e assim está construindo a sua historinha, cheia de desafios e descobertas e uma lista imensa de conquistas!
O Dudu tem a síndrome de Angelman e, por isso, é considerado uma criança especial. Mas o que o torna realmente especial é ele ser o Dudu!
(A síndrome de Angelman recebeu esse nome em 1965, quando o médico britânico Harry Angelman a descreveu pela primeira vez como um distúrbio genético-neurológico. A partir de então, várias pesquisas e descobertas têm servido como uma fonte enriquecedora de informação e apoio.)
* Luciana Bertolucci Belliboni é pedagoga de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário