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sábado, 13 de novembro de 2010

Lazer e recreação

PROJETO: RECREAÇÃO E LAZER: BEM ESTAR NAS AULAS DE RECREAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

UNIVERSIDADE DA REGIÃO DA CAMPANHA – URCAMP



CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SÃO GABRIEL


CENTRO DE CIÊNCIAS DA ECONOMIA E INFORMÁTICA - CCEI





















ISADORA BRANDÃO ROCHA DA SILVA



































E RECREAÇÃO


















Professora - Orientadora: Dra. Alzira Elaine Melo Leal


























































São Gabriel/RS


2010


































SUMÁRIO














































































































1 INTRODUÇÃO






Existe ainda um grande desinteresse por essa área pelos profissionais nas escolas. Esse desinteresse pode ser consequência da falta de informação dos professores dos benefícios dos mesmos para o desenvolvimento da criança.


O aprofundamento em Recreação e Lazer na Educação Física Escolar ainda é muito restrito. A Recreação e o Lazer são muito importantes na educação, é um meio de favorecer o desenvolvimento psicossocial e psicomotor da criança, é um fator de integração, de solidariedade e cooperação entre os colegas e ainda uma maneira da criança liberar energias. Dessa forma, é muito importante que a Recreação e o Lazer sejam mais explorados nas aulas de e Educação Física e que os professores se conscientizem dessa grande contribuição para o melhor desenvolvimento da Educação Física na escola.






1.1 TEMA






LAZER E RECREAÇÃO






1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA






BEM ESTAR NAS PRÁTICAS DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA






2 PROBLEMA






Que técnicas devem ser utilizadas para um bem estar e lazer nas aulas de educação física?






3 OBJETIVOS






3.1 Geral






Proporcionar melhor qualidade de vida para os alunos.














3.2 Específicos






Investir no tempo livre para o bem estar e lazer dos alunos.


Preparar espaços físicos bem como materiais necessários para o bem estar e lazer nas aulas de Educação Física.


Proporcionar atividades inovadoras que visam chamar a atenção e a curiosidade do aluno em relação ao lazer e recreação.






4 JUSTIFICATIVA






Escolhemos Lazer e Recreação porque é uma parte da Educação Física que abrande todos os sentidos da criança, tornando-se mais complexa e ampla, possibilitando aumentar a saúde e o bem estar destas crianças.


O profissional de Educação Física, além de trabalhar os aspectos psicomotores, trabalha também na formação do caráter e do bem estar do aluno dentro da escola por ser uma atividade lúdica que proporciona a auto-estima e a sociabilização dos alunos. Diante deste contexto justificamos a escolha do tema.






5 QUALIDADE DE VIDA






Qualidade de vida é um termo que representa uma forma de explicar o que é viver bem, estar satisfeito ou feliz consigo mesmo e com o mundo ao seu redor. O fator principal que a determina o bem estar físico, mental e social.


Minayo e colaboradores (2008, p. 8) atestam que






[...] qualidade de vida é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrada na vida familiar, amorosa, social e na própria estética existência. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar.






Assumpção e colaboradores (apud SHIN; JOHNSON, 1978) afirmam que a qualidade de vida para ser atingida, depende da satisfação de desejos individuais, auto-realização e uma compensação satisfatória consigo mesmo e com os outros.


Ainda destacam Jenney & Campbel (1977), que criticam a falta de definições no meio acadêmico e científico para a qualidade de vida.


Os mesmos autores também utilizam as idéias de Bradlyn et al. (1996) que define qualidade de vida como multidimensional, não se resumindo ao aspecto social, físico e emocional, mas também que estes aspectos sirvam de parâmetro às alterações que ocorram durante o desenvolvimento. Também fazem referência a Eiser (1997), que observa a grande diferença entre o que é qualidade de vida "infantil" dentro da visão de um adulto e de uma criança.


Uma definição bem clássica é a de 1974, onde Seidl e Zannon (2004, p. 582) mencionam Andrews (apud BOWLING, p. 1448): "qualidade de vida é a extensão em que prazer e satisfação têm sido alcançados".






5.1 A QUALIDADE DE VIDA E O BRINCAR






A respeito do assunto, Maslow (apud APPLEY; COFER, 1976) hierarquiza as necessidades do homem, afirmando que a necessidade posterior só é realizada quando a anterior estiver satisfeita. Os tipos de necessidades citados pelo referido autor são por ordem de importância: necessidades fisiológicas, de segurança, de afeição, de auto-estima e de auto-realização.


Seguindo a idéia de Maslow (1973), a criança deve primeiramente satisfazer suas necessidades fisiológicas e de segurança, pra a partir daí satisfazer suas necessidades relacionadas com a afetividade, a estima e a realização de objetivos. Portanto, para as crianças, após cumprirem suas necessidades fisiológicas básicas (respirar, locomoção, alimentação, entre outras) e suas necessidades de segurança (aqui é incluído a moradia), os outros fatores de necessidades podem ser adquiridos através da brincadeira.


Através do ato de brincar a criança pode satisfazer seus desejos, sejam de ordem afetiva, relacionada à estima ou a realização de objetivos e finalidades. Durante a prática lúdica, a criança exercita suas capacidades de relacionamento, aprende a ganhar, a perder, opor-se, expressar suas vontades e desejos, negociar, pedir, recusar, compreende que não é um ser único e que precisa viver em grupo respeitando regras e opiniões contrárias; enfim, adquire afeição. Brincando educa sua sensibilidade para apreciar seus esforços e tentativas, o prazer que atinge quando consegue finalizar uma tarefa (montar um quebra-cabeça ou pegar o colega) faz com que se sinta realizada por atingir uma meta, levando-a a auto-estima. A brincadeira desafia a criança e a leva a tingir níveis de realização acima daquilo que ela pode conseguir normalmente.


Para reforçar este entendimento, Ausubel, Novak & Hanesian (1980, p. 217)






[...] colocam como fatores primordiais para uma boa qualidade de vida os seguintes fatores (em ordem de aquisição):


Conservar a vida (subsistência);


Manter a segurança (conforto);


Conseguir o prazer (humor e diversão);


Experimentar mudanças e novidades;


Expandir o ego;


Sentir auto-respeito.






Mais uma vez observa-se que, a criança somente após atingir as condições de subsistência (necessidades fisiológicas) e de segurança, conseguirá partir para os outros fatores; e, novamente através da brincadeira, todos os outros itens podem ser atingidos, pois o prazer em brincar é indiscutível, a experimentação do novo vem com os desafios envolvidos nos jogos e brincadeiras infantis, a auto-estima e o auto-respeito também são facilmente realizáveis através do ato de brincar, pois como já foi citado, ao brincar a criança descobre seus limites, atinge metas e se realiza.


A qualidade de vida pode ser conceituada como o grau maior ou menor de satisfação das carências pessoais, observando que a busca pela boa qualidade de vida consiste mais claramente em visar situações prazerosas, e menos em evitar aborrecimentos ou vivências problemáticas, e é isso o que a brincadeira reflete aos pequenos.


Desta forma, a percepção infantil sobre qualidade de vida requer muitos fatores. Para as crianças bem estar pode significar o quanto seus desejos e esperanças estão próximos do que acontece. As crianças são sujeitas a mudanças, sendo influenciadas por eventos cotidianos e problemas crônicos. O contexto sócio-econômico, o grau de instrução escolar, a participação dos pais, sua importância dentro do seu grupo de amigos, suas potencialidades física e mental são fatores que interferem claramente na definição de qualidade de vida pelas próprias crianças. Outro fato muito importante é o material, na infância os brinquedos e outros materiais lúdicos adquirem um fator condicionante à felicidade e, por conseguinte, a consecução da qualidade de vida.


Assim, brincadeira ultrapassa de muito o prazer sinestésico, oferecido pela prática do movimento. Possibilita, de forma bastante eficaz, as diversas necessidades individuais, multiplicando assim, as oportunidades de se obter prazer e, conseqüentemente, otimizar a qualidade de vida.






5.2 LAZER






A noção de lazer deve ser compreendida e definida pela natureza dos valores que ele traz para o desenvolvimento integral do indivíduo. Esses valores decorrem da natureza do objeto do lazer, do descanso que o lazer proporciona, da satisfação de uma ação livre e prazerosa e da criação de algo como livre expressão de si mesmo.


A questão do tempo livre para lazer tornou-se uma preocupação constante nos depoimentos das pessoas que possuem uma carga excessiva de trabalho, como também nos meios de comunicação de massa. O Lazer tornou-se uma palavra da moda e o seu uso corrente serve para designar passeio no parque, assistir à televisão e leitura entre outros. Ele se faz presente nas mais diversas práticas corporais, em diferentes formas de expressão nas diferentes classes sociais e grupos étnicos. Estas manifestações de lazer podem ser vistas na TV, nas ruas , nos parques, nas universidades, etc. existência. O lazer deve ser compreendido como um meio de essencialização do ser humano.


Diferentes áreas de conhecimento consideram o lazer como área importante de estudo, reconhecendo a sua importância sócio-cultural, de um meio privilegiado para a manifestação de hábitos, culturas e expressão das mais diferentes formas, inclusive as de aspecto ludomotor.


Como componente geral de convergência entre os diversos termos, podemos considerar a ausência de qualquer atividade concreta, ou seja, certa liberdade de não fazer coisa nenhuma. Surgem de forma inequívoca uma tentativa de definição de certo tempo (fora das ocupações diárias) em contraponto com o outro tempo (o das ocupações diárias).


O conceito mais aceito a respeito do lazer é do sociólogo francês Dumazedier (1980, p. 20) que o caracteriza como:






[...] um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora, após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.






De Masi (2000) afirma que, na era pós-industrial, vamos ter cada vez menos trabalho; no entanto, a escola e a família nos preparam para o trabalho; não nos preparam para o tempo livre. Segundo este pesquisador, o homem precisa aprender a desfrutar do seu tempo livre, pois a tendência mundial é de que as pessoas passem a ter mais horas disponíveis e será necessário que elas se adaptem a esta tendência.


No Brasil, ouve-se muito uma classificação de atividades de lazer em atividades esportivas, recreativas e culturais. Lazer esportivo seria aquele praticado segundo regras, o recreativo seria aquele exercido livremente, e o cultural centrado nas artes e no conhecimento. Existem muitas objeções a esta classificação, pois estes termos na realidade se equivalem e se derivam em peculiaridades idiomáticas. Em espanhol, italiano e alemão, não existe a palavra correspondente a lazer; e utilizam-se os termos recreação e tempo livre. Na França e no Brasil, recreação é um termo que nos remete a recreação escolar, assim prefere-se o termo lazer. Nos países de língua inglesa, ambas as expressões são usadas corretamente.


Os principais trabalhos e conceitos sobre o lazer no Brasil fundamentam-se nas acepções teóricas do sociólogo francês Dumazedier (1976). Este autor define lazer da seguinte maneira: “o lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se, ou ainda, para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais.”


Em consonância com Dumazedier está o conceito de lazer de Camargo (1989, p. ) que o define como qualquer atividade que não seja profissional ou doméstica






[...] um conjunto de atividades gratuitas, prazerosas, voluntárias e liberatórias, centradas em interesses culturais, físicos, manuais, intelectuais, artísticos e associativos, realizadas num tempo livre roubado ou conquistado historicamente sobre a jornada de trabalho profissional e doméstico e que interferem no desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos”


.


Camargo aponta um elemento importante, que merece destaque: afirma que o lazer é uma conquista vinculada à jornada de trabalho/tempo livre. Rolin (1989) procura entender o lazer dentro de uma perspectiva psicossocial, apresentando-o como um tempo livre, empregado pelo indivíduo na sua realização pessoal como um fim em si mesmo: “o indivíduo se libera à vontade do cansaço, repousando; do aborrecimento, divertindo-se; da especialização funcional, desenvolvendo de forma intencional as capacidades de seu corpo e espírito” A definição de Rolin trata de apresentar o lazer como uma categoria fragmentária, desconectada de uma problemática social. Sua argumentação baseia-se na idéia de que o homem atua guiado pela autodeterminação, dependendo apenas de si próprio para desenvolver atividades de lazer.


Castelli (1990) traz uma questão importante ao afirmar que a melhoria da qualidade de vida da população é a condição indispensável para se pensar no desenvolvimento do lazer para promover a integração do ser humano livremente no seu contexto social, onde este meio serviria para o desenvolvimento de sua capacidade crítica, criativa e transformadora; e, proporcionar condições de bem-estar físico e mental do ser humano.


Queremos enfatizar a necessidade e a importância de uma ação cultural específica, voltada para a produção e difusão de uma cultura de base popular, que contribua para a superação das atitudes conformistas e que possibilite a extensão da participação crítica e criativa muito além das minorias privilegiadas. Educar para o lazer, aproveitando o potencial das atividades desenvolvidas no “tempo livre” significa acelerar o processo de mudança que possibilitará a instalação dessa nova ordem no plano cultural.


O conceito que se deve trabalhar em termos de lazer, sob o ponto de vista social, é preciso ser orientado dentro das seguintes linhas gerais:


 o lazer está relacionado à disponibilidade do tempo livre;


 o lazer diz respeito mais diretamente às classes privilegiadas pela sua situação sócio-econômica;


 o lazer tem sido, historicamente, uma atividade necessária ao desenvolvimento biopsíquicossocial do homem;


- por fim, a prática do lazer é influenciada sobretudo pelo Estado, na medida em que este pode implementar políticas públicas para o setor, além de oferecer espaços físicos necessários e adequados para a sua execução. Para o lazer, um pouco de história






A palavra lazer e os diversos sentidos que carrega estão cada vez mais presentes na fala popular e na vida das pessoas, o que demonstra uma valorização do conceito enquanto possibilidade de vivência. Não significando isso que as pessoas dominem o conceito e as discussões acerca do campo específico deste tema. Convém registrar que há alguns anos atrás nem existia a palavra lazer, embora outras fossem usadas para expressar alguns de seus sentidos como: diversão, jogo, prazer etc.






O lazer é um fenômeno social múltiplo e polissêmico com grande complexidade para discussão de seu significado. Melo (2003) entende que o lazer pressupõe a busca pelo prazer, e este (que pode ser alcançado ou não) é proporcionado pelas atividades de lazer (praticadas em momentos que podem ter várias denominações) e que são atividades culturais em seu sentido amplo, englobando os diversos interesses humanos. Segundo o autor, ainda, "... cultura é uma palavra presente na prática daqueles que trabalham com lazer".






É ponto comum o fato de que o lazer é um fenômeno moderno, surgido com a artificialização do tempo de trabalho típica do modelo de produção fabril desenvolvido a partir da Revolução Industrial. Neste sentido ele tem-se mostrado um campo de tensões, para esta compreensão basta entendermos que o tempo livre maior aparece não como concessão dos donos dos meios de produção, mas sim como conquista das organizações das classes trabalhadoras (MELO, 2003).






O lazer "na" escola






Segundo DARIDO (2005), o que a escola pensa sobre lazer é "nada ou quase nada". O tema não é abordado em discussões pedagógicas nem mesmo com os professores da área de humanas, os alunos não dominam o conceito de lazer e não conseguem relacioná-lo a outros temas como por exemplo o trabalho. Certamente os momentos que mais se aproximam desse comportamento, segundo a visão de alguns, é no recreio ou em festas comemorativas (o dia esportivo ou do folclore são bem característicos). Tanto a autora como MELO (2003) identificaram a estreita relação entre o lazer e o prazer, embora possamos entender a existência de um sem o outro, em qualquer seqüência. Isto nos leva a pensar na existência da escola com prazer no seu cotidiano sem necessitar que tenhamos um momento definido para busca-lo (lazer).






O lazer pode ser uma evolução ou um auxiliador na educação, na saúde, na inclusão social, entre outros fins. Por meio da educação ... "... o lazer relaciona-se diretamente à educação física escolar, que tem como seu mediador o professor que pode, através do mesmo construir valores, respeito, solidariedade, enfim dar todo um aparato par o bem estar daquela comunidade que percebe no lazer uma melhora de vida". (MARCELLINO in DE MARCO, 2006)






Com relação às possibilidades de se trabalhar este tema no cotidiano escolar DARIDO (2003, p. 46) apresenta uma série de ações que podem ser viabilizadas na escola, para inclusão desta temática. A nosso ver todas são perfeitamente cabíveis de estarem no planejamento escolar e se constituem num aporte indispensável se a pretensão for a educação para o lazer (expressão de cunho nosso).






Neste sentido a autora vai além, e coloca a escola como um espaço de lazer, possível, além do horário escolar. "Os próprios alunos poderiam transformar-se em agentes socioculturais, favorecendo a utilização desse espaço como um a mais para a apropriação de vivências de lazer. Apropriar-se da escola pode significar a responsabilidade sobre ela." DARIDO (2003, p. 46)






Estaremos assim, enquanto professores, ampliando a visão de mundo de nossos alunos e contribuindo na construção da autonomia em relação à prática de atividades físicas enquanto possibilidade de saúde e lazer. Não esquecendo outro aspecto importante do lazer, que é a sua facilidade de inclusão, podemos observar que oferece inúmeras possibilidades de se trabalhar um dos pilares da educação, o "aprender a viver juntos" (DELORS, 2003). Entendendo e aceitando as diferenças, sejam elas de cor, sexo, habilidades ou qualquer outra, o jovem estará desenvolvendo a compreensão do outro.






Lazer na educação física escolar: o que dizem os professores?






Segundo Victor Melo (2003) ..."... esta dupla denominação persiste até hoje entre nós, em geral sendo o primeiro termo (recreação) empregado para designar o conjunto de atividades e o segundo (lazer) para abordar o fenômeno social."






Precisamos esclarecer que este autor defende que a existência dos termos recreação e lazer escondem uma falsa dicotomia, e que a sua diferença reside apenas no resultado de traduções de textos de origem diferentes. Em conexão com Melo (2003) quando este afirma que "... as atividades de lazer são atividades culturais, em seu sentido mais amplo...", os professores não avançaram no sentido de definir quais são estas atividades. Isto deixa a resposta em aberto. Estes dados apontam para uma falta de objetivo definido para estas aulas. Neste momento o que acontece é apenas ocupar o tempo da aula com alguma atividade qualquer. O prazer durante as atividades e a participação dos alunos, nas decisões dos planejamentos das aulas de EFE, deve ser uma constante sem, no entanto, deixarmos de caminhar numa direção definida.






O lazer está relacionado à possibilidade de expressão dos alunos.


Sobre a importância do lazer para o homem do século XXI, a resposta que predominou girou em torno da "qualidade de vida", sem, no entanto, avançarem no conceito deste termo. Resta-nos então, entendermos que existe a possibilidade de se propor uma pesquisa que procure identificar qual o conceito que o professor de EFE tem de qualidade de vida e como este entende que as aulas de Educação Física, pautadas no tema lazer, podem contribui neste sentido.


É fácil percebermos que o tema lazer deve ser entendido como algo mais que tempo livre, que ociosidade. Ele é a busca pela qualidade de vida, pelo bem estar físico, mental e social. Cabe a escola a função de preparar o seu aluno para que possa fazer as escolhas certas no momento certo. Ao contrário disto o que vemos é a utilização do termo lazer para encobrir a falta de compromisso do professor com a escola e com seu aluno, quando este opta por simplesmente deixar os alunos "soltos" no espaço de aula sem uma proposta que se sustente para aquele momento. Encontramos professores que informaram não estar o tema lazer contemplado no momento de construção de seu planejamento, no entanto este mesmo professor afirma trabalhar com o tema em suas aulas em torno de duas vezes ao mês. Isto denota a pouca importância que estes dão ao tema. Portanto, como estão sendo feitas a aulas de "lazer" não contribuem substancialmente para a construção do ser autônomo e critico propagado pela educação como seu objetivo e abordado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais da área.


O fato das nomenclaturas recreação e lazer poderem ou não existir, serem ou não utilizadas corretamente segundo os conceitos de um ou de outro autor é secundária perante a pouca importância que os professores estão dando à exploração do tema em questão. Assim sendo entendemos ser necessário que a educação Física Escolar passe a educar para o lazer em termos não somente procedimentais, mas também atitudinais e conceituais. A discussão sobre o tema deve ultrapassar os muros da escola e contemplar também o lazer para a família e a comunidade. Afinal de contas precisamos acabar com a dicotomia existente entre os conteúdos da escola e os da vida. A escola precisa estar aberta a comunidade e contribuir efetivamente para uma sociedade mais justa, harmônica e feliz.










5.3 RECREAÇÃO






A recreação teve sua origem na pré-história, quando o homem primitivo se divertia festejando o início da temporada de caça, ou a habitação de uma nova caverna.


As atividades se caracterizavam por festas de adoração, celebrações fúnebres, invocação de Deuses, com alegria, caracterizando assim um dos principais intuitos da recreação moderna, e também, o vencimento de um obstáculo. As atividades (jogos coletivos) dos adultos em caráter religiosas foram passadas de geração em geração às crianças em forma de brincadeiras.


O movimento da recreação sistematizada iniciou-se na Alemanha em 1774 com a criação do Philantropinum por J. B. Basedow, professor das escolas nobres da Dinamarca. Na Dinamarca, as atividades intelectuais ficavam lado a lado às atividades físicas, como equitação, lutas, corridas e esgrima.


Na Fundação Philantropinum havia cinco horas de matérias teóricas, duas horas de trabalhos manuais, e três de recreação, incluindo a esgrima, equitação, as lutas, a caça, pesca, excursões e danças. A concepção Basedowiana contribuía para a execução de atividades a fim de preparação física e mental para as classes escolares maiores.


Contribuindo, Froebel (ano) criou os Jardins de Infância onde as crianças brincavam na terra.


Nos EUA, o movimento iniciou em 1885 com a criação de jardins de areia pra as crianças se recrearem. Com o tempo, o espaço tornou-se pequeno visto que os irmãos mais velhos vinham também se recrearem nos jardins. Criavam-se então os Playgrounds em prédios escolares, chamados também de pátios de recreio.


O 1º - HULL HOUSE - Chicago, em 1892. Área para jogos, aparelhos de ginástica e caixa de areia.


Prevendo a necessidade de atender as diversas faixas etárias, foram criados os Centros Recreativos, os quais funcionavam o ano todo. Eram casas campestres com sala de teatro, de reuniões, clubes, bibliotecas e refeitórios. Havia estruturas semelhantes ao que temos hoje em dia: Caixas de areia, escorregadores, quadras e ginásio para ambos os sexos com vestiários e banheiros, balanços, gangorra, etc. Para orientação das atividades existiam os líderes especialmente treinados.


Em 1906 foi criado um órgão responsável pela recreação, o Playground Association Of America, hoje mundialmente conhecido com NATIONAL RECREATION ASSOCIATION.


O termo playground foi mudado para "recreação" devido à necessidade de atingir um público de diferente faixa etária, como os jovens e adultos. E devido a crescente importância do tempo de lazer dos indivíduos da sociedade.


No Brasil a criação de praças públicas iniciou-se em 1927, no Rio Grande do Sul com o professor Frederico Guilherme Gaelzer. O evento chamava "Ato de Bronze", onde foram improvisadas as mais rudimentares aparelhagens. Pneus velhos amarrados em árvores construíam um excelente meio de recreação para a garotada.


Em 1929, aparecem as praças para a Educação Física, orientadas por instrutores, pois não havia professores especializados.


Surgia a partir daí, Centros Comunitários Municipais.


Em 1972, foi criado o "Projeto RECOM" (Recreação - Educação - Comunicação), pelo prefeito Telmo Flores juntamente com o prof. Gaelzer. Porto Alegre (a pioneira desse tipo de projeto) realizou atividades recreativas e físicas promovendo o aproveitamento sadio das horas de lazer e a integração do homem com sua comunidade.


Funcionavam no RECOM uma Tenda de Cultura e um Carrossel de Cultura, desmontáveis e de fácil remoção. A Tenda é uma casa de espetáculos. O Carrossel foi criado para apresentações externas, espetáculos ao ar livre.


Faz-se a ressalva pela importância da recreação, a Alemanha, a introduzindo nas escolas e criando os parques infantis. Os EUA, criando os playgrounds equipados revolucionando a recreação pública. O Rio Grande do Sul pelo pioneirismo e a implantação do "RECOM" com a recreação móvel.


Segundo Guerra: A palavra recreação provém do verbo latino Recreare, que significa recrear, reproduzir, renovar, A recreação, portanto, compreende todas as atividades espontâneas, prazerosas e criadoras que o indivíduo busca para melhor ocupar seu tempo livre.


“Deve principalmente atender aos diferentes interesses das diversas faixas etárias e dar liberdade de escolha das atividades para que o prazer seja gerado” (198l, p 11).


De acordo com Miranda (1983, p. 65):






A verdadeira técnica, no entanto, não se baseia somente no conhecimento teórico desses princípios. Decorre, também, da observação diuturna na prática dos jogos. Os princípios que seguem, constituem os elementos básicos para a aprendizagem da organização e direção dos jogos infantis e o ponto de partida para o aperfeiçoamento técnico do (s) instrutor (es) de Educação Física, jogos e recreação.










5.3.1 Classificação das Atividades Recreativas






Para escolhermos uma determinada atividade para fazer parte de um programa de lazer e recreação é necessário que saibamos suas características e classificações. De acordo com os objetivos aos quais nos propomos alcançar, escolhemos uma determinada atividade recreativa.






Vejamos o que alguns como alguns autores classificam as atividades recreativas:


Ferreira;( 2003) classifica as atividades em:


Grandes jogos - grande número de participantes. Difícil se ser dominado.


Pequenos jogos - extrai dos participantes características individuais como: velocidade, destreza, força.


Revezamento ou Estafetas - constitui-se pelo revezamento dos participantes para a realização de tarefas. É uma atividade em grupo que preza pelas potencialidades individuais. Indicado para a infância. Jogos combinados (exigem mais de uma aptidão física), correr, saltar, giros.


Aquáticos - jogos realizados dentro da água, com excelente valor terapêutico por diminuir o impacto causado pelo solo.


Jogos sensoriais - utilizam os sentidos (tato, visão, audição, etc). esses jogos desenvolvem o pensamento, diminui a tensão.


Jogos Sociais de Mesa - jogos que são realizados na mesa, com caráter educativo, sem estimular os jogos de azar.






Segundo Caillois, R. Los juegos y los Hombres. México, 1994


Analisando as habilidades e interesses, classifica os jogos em:


Alea - Jogos de azar;


Agon - Competição;


Mimicry - Imitação;


Ilinix - Vertigem;


Se algum tiver uma organização mais complexa - Ludos


Mais informal - Paidia






Segundo Veríssimo de Melo. Folclore Infantil, 1981


Jogos de Seleção - utilizada para a separação de equipes e/ou participantes (par ou ímpar, palitinho);


Jogos Gráficos - realizado em cima de algum desenho ou traçado (amarelinha, xadrez);


Jogos de Competição - disputa física entre os participantes (pegas, cabo de guerra);


Jogos de Salão - motricidade fina em locais restritos e/ou fechados (baralho, quebra - cabeça);


Jogos com Música - com ritmo (catinga de roda, karaokê);


Segundo Mian, Robson. Monitor de Recreação: Formação Profissional, 2003


Classifica dos jogos em:


Pequenos - regras fáceis, e em menor quantidade, menor nº de participantes e locais restritos;


Médios - com regras pré-estabelecidas, em locais maiores como quadras ou piscina;


Grandes - com regras pré - estabelecidas e complexas, em maior quantidade e em locais grandes e abertos, com maior nº de participantes.






Segundo Guerra, Marlene. Recreação e Lazer. 1988


Quanto a Forma de Participação: Recreação Ativa e Recreação Passiva.


Ativa:


Atividades Motoras - Exigência maior do físico. Ex. Jogos Infantis e Esportes em Geral;


Atividades Intelectuais - A mente é mais utilizada. Ex. Xadrez e Quebra-cabeça;


Atividades Artísticas ou Criadoras - Ex. pintura, desenho, carpintaria, escultura, teatro, música, etc.


Atividades de Risco - Ex. àquela na qual o praticante coloca à prova sua integridade. Ex. pára-quedismo, mergulho profundo, vôo livre etc.






Passiva:


Atividades Sensoriais - Tem uma participação interativa com a atividade. Ex. Torcida no estádio - grita, balança os braços, salta participando emotiva e fisicamente.


Atividades Transcendentais - Confunde-se com o Ócio pela participação de espectador. Ex. Ver pinturas no museu, contemplar o pôr-do-sol, relaxamento tranqüilizante.






Quanto à Faixa Etária as Recreações podem ser:


Adulta - para maiores de 18 anos;


Infanto-juvenil - para crianças de 8 a 12 anos;


Juvenil - para Jovens acima de 12 anos;


Infantil - para crianças até os 7 anos;


Mista - para várias faixas etárias - como pais e filhos juntos;


Terceira Idade ou Idade Especial - para idosos.










Quanto ao espaço as Recreações podem ser Internas e Externas:


Internas:


Salas de Festas; Ginásios Esportivos; Salas de Ginásticas, Salas de Musculação; Salas de Danças Modernas ou Clássicas; Salas de Música; Salas de Leitura; Salas de Projeção; Piscinas Térmicas, Saunas, Duchas; Salões de Jogos - sinuca, bilhar, tênis de mesa, Totó, bilhar, boliche etc; Salões de Jogos de Mesa - buraco, biriba, paciência, xadrez, dama etc; Estandes Fechados - tiro ao alvo e arco e flecha; Sala de Jogos Eletrônicos.


Externas:


Campos - Futebol, beisebol, golfe etc; Quadras poliesportivas - esportes individuais e coletivos; Playgrouds infantis; Piscinas; Pátios para comemoração de datas espaciais; Pistas de Atletismo; Hortos com pistas diversas, quadras, lagos, ciclovias etc.






Quanto ao ambiente:


Atividades Terrestres;


Atividades Marinhas, Náuticas ou Aquáticas;


Atividades Aéreas.






5.3.2 Classificação dos Jogos






Jogos por Séries - de acordo à Faixa Etária;






Quanto ao Local:


Jogos de Campo - com bolas, jogos de correr, jogos de agilidade;


Jogos de Salão - Sensoriais, motores, psíquicos (intelectuais e afetivos) para dias de chuva;






Jogos quanto à dificuldade de execução:


Pequenos - duração pequena e de regras fáceis e flexíveis - combinadas;


Grandes - duração de 10 a 20 minutos com as primeiras regras preestabelecidas - preparam para os desportos e destina-se para alunos de 4ª série em diante.






Quanto à participação nas Atividades Físicas:


Ativa;


Moderada;


Calma;






O JOGO


O jogo passa a ter a capacidade de desenvolver, por meio dele, formas e contribuições para gerar talentos, aperfeiçoar potencialidades e criar novas habilidades de conviver.


O jogo é de vital importância e relevância que exerce como forma e processo de aprendizagem. A maioria dos filósofos, sociólogos, etnólogos, antropólogos e professores de educação física concordam em compreender o jogo como uma atividade que contém em si mesmo o objetivo de decifrar os enigmas da vida e de construir momentos de prazer.


Sendo assim, Huizinga (1996, p.33) expressa a noção do jogo como:


Uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites, dotados de um fim em si mesmos, acompanhados de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da vida cotidiana.


Assim, a alegria é a finalidade do jogo, em que, quando esta finalidade é atingida, a estrutura de como se pode jogar assume uma qualidade muito específica; torna-se uma ferramenta de aprendizagem que mantém uma constância de forma a dar prazer e de continuar sendo eterno.


Portanto, podemos verificar que o jogo é muito importante, não só porque ficamos alegres ou nós dá prazer, mas quando estamos vivendo-o, direta e reflexivamente, estamos indo além da sua representação simbólica de vida.


De acordo com Brotto (1999, p.16), a idéia da aproximação do jogo com a vida numa representação do reflexo de um sobre outro é: "eu jogo do jeito que vivo e vivo do jeito que jogo".


Outro autor a ser destacado é Friedmann (1996) que, baseando-se nos estudos de Piaget, afirma que o jogo pode ser utilizado como forma de incentivar o desenvolvimento humano por meio de diferentes dimensões, que são:


O desenvolvimento da linguagem: onde a jogo é um canal de comunicação de pensamentos e sentimentos. O desenvolvimento moral: é um processo de construção de regras numa relação de confiança e respeito. O desenvolvimento cognitivo: dá acesso a um maior numero de informações para que, de modo diferente, possam surgir novas situações. O desenvolvimento afetivo: onde facilitem a expressão de seus afetos e suas emoções e o desenvolvimento físico-motor: explorando o corpo e o espaço a fim de interagir no seu meio integralmente.


Partindo dessas dimensões, o jogo passa a ser ensinado em duas formas e atitudes a serem tomadas: Num jogar espontâneo, onde ele tem apenas o objetivo de divertimento e num jogar dirigido, onde ele passa a ser proposto como fonte de desafios, promovendo o desenvolvimento da aprendizagem.


Sendo assim, ao utilizarmos o jogo como uma atividade de desenvolvimento humano, permitimos uma participação dessa forma de aprendizagem, com o compromisso do buscar pedagógico, transformando e contextualizando-o num exercício crítico e consciente do aprender.






JOGOS COOPERATIVOS


Os Jogos Cooperativos surgiram com a constante valorização dada ao individualismo e a competição das quais foram condicionadas e aprendidas como única e melhor forma de caminho existente.


Sendo assim, existem duas definições que foram mal interpretadas e divulgadas durante várias décadas que contribuíram para esse caminho:


A primeira é de Charles Darwin, que fala da seleção natural, em que as maiorias das pessoas dizem que o melhor está na sobrevivência do mais forte e mais apto para vencer, afirmando, ainda, que, para a raça humana, o valor mais alto de sobrevivência está na inteligência, no senso moral e na cooperação social e não na competição.


Como podemos avaliar, várias pessoas utilizaram a palavra sobrevivência como forma de promover sempre o melhor capacitado por meio de uma competição, da qual somente um ganha e não na forma que deveria ser, ou seja, de compartilhar o papel de cada um numa unidade inter-relacionada.


A segunda é do francês Pierre de Coubertin (idealizador da nova era olímpica), que diz que o mais importante não é vencer, mas tornar parte; importante na vida não é triunfar, mas esforçar-se; o essencial não é haver conquistado, mas haver lutado.


O esporte tem sua glorificação máxima com a chegada da Olimpíada, cujo ideal é unificar a paz e a união entre todos os povos do mundo. Como sabemos, porém, a cada ano que passa tornou-se uma mera máquina de tecnologia, em que atletas são treinados para ganhar a qualquer custo, mas esquecendo o símbolo que ela representa que é universalizar culturas e raças para gerarem um momento de confraternização pacífica, direcionando para a conquista com dignidade e respeito.






Partindo dessas duas visões descritas, buscamos em Brotto (1997, p.33) algumas definições sobre competição e cooperação:


COOPERAÇÃO: é um processo onde os objetivos são comuns e as ações são benéficas para todos.


COMPETIÇÃO: é um processo onde os objetivos são comuns, mutuamente exclusivos e as ações são benéficas somente para alguns.


Neste sentido, podemos constatar que Cooperação e Competição são processos distintos, porém, não muito distantes. As fronteiras entre eles são tênues, permitindo um certo intercâmbio de características, de maneira que podemos encontrar em algumas ocasiões uma competição cooperativa e noutras uma cooperação competitiva.


Para Orlick (1989, p.118),


A principal diferença entre cooperação e competição é que no primeiro todos cooperam e ganham, eliminando-se o medo do fracasso e aumentando-se a auto-estima e a confiança em si mesmo. Ao passo que no segundo, a valorização e reforço são deixados ao acaso ou concedidos apenas ao vencedor, o que gera frustração, medo e insegurança.


Sendo assim, podemos afirmar que cooperação e competição são direcionadas a partir de agora em comparações entre as diferenças e atitudes que essas duas palavras podem tomar:






DIFERENÇAS


Cooperação (aprende-se)


A compartilhar, respeitar e integrar diferenças;


A conhecer nossos pontos fracos e fortes;


A ter coragem para assumir riscos;


Sentimentos e emoções com liberdade;


A participar com dedicação;


A ser solidário, criativo e cooperativo;


A ter vontade de estar junto.






Competição (inicia-se)


Com a discriminação e a violência;


Com o medo de arriscar e fracassar;


Em fazer por obrigação;


Pela repressão de sentimentos e emoções;


Pelo egoísmo, individualismo e competição excessiva.


Vale salientar que não são todas as pessoas no mundo que agem dessa maneira. Pelo contrário, trabalham, integrando a cooperação e a competição. O que acontece é que na maioria das vezes somos dirigidos a pensar que a maneira de competir corretamente é aquela que precisamos sempre vencer a qualquer custo. Partindo das diferenças entre cooperar e competir, veremos a seguir alguns tipos de padrões de atitudes de percepção/ação que vivenciamos no dia-a-dia.


Segundo Orlick (1989), como jogamos na sociedade em que vivemos, o jogo serve para criar o que é refletido. Muitos valores importantes e modos de comportamento são aprendidos por meio dessa experimentação.


Com base nas falas registradas aqui, os Jogos Cooperativos têm como conceito procurar a ensinar e aprender a rever nossas experiências e reciclar pensamentos, sentimentos, intenções e emoções para que reconheçamos e valorizemos nosso próprio jeito de jogar e respeitar o dos outros, em seus diferentes modos de ser. E mais, descobrir que jogando com os outros podemos buscar o crescimento do eu dentro de cada um de nós.


Apresentamos a seguir a definição do Brotto (1997, p16):


Os Jogos Cooperativos vêm com a intenção de compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para correr riscos com pouca preocupação com o fracasso e sucesso em si mesmo. Eles reforçam a confiança em si mesmo e nos outros, e todos podem participar autenticamente, onde ganhar e perder são apenas referências para o contínuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo.


Dentro desta visão, podemos concluir o raciocínio que os Jogos Cooperativos são uma forma de integrar os valores humanos e a convivência dos indivíduos no desenvolvimento de uma aprendizagem, de forma a estar jogando uns com os outros ao invés de uns contra os outros.


























6 METODOLOGIA










Este projeto será desenvolvido através de uma pesquisa de campo, aplicada para planejamento (objetivos e procedimentos), organização, orientação e aplicação de atividades recreativas e/ou esportivas em escolas recreação e lazer para as diferentes faixas etárias e necessidades, onde observaremos a prática diária do professor com o tema lazer na Educação Física Escolar. Para um melhor entendimento de nossas intenções dividiremos o instrumento de pesquisa em três blocos onde poderemos identificar claramente quais os dados do professor em particular (homem ou mulher, quanto tempo de formação, quantas horas trabalha por dia etc), quais as características da instituição a qual este está agregado (pública ou particular, tipo de turmas nas aulas de EF, planejamento definido pela instituição ou a cargo do professor etc) e, por último, quais conceitos este professor domina em relação ao tema proposto, que é lazer (conceito, como trabalha, qual o objetivo etc).


A nossa discussão final ficará por conta do que se tem feito em nome deste tema, se a prática do professor está voltada a um compromisso com a formação do aluno ou se esta prática é apenas um subterfúgio para justificar o abandono pedagógico, como também o bem estar nas práticas das aulas de Educação Física e que técnicas devem ser utilizadas para um bem estar e lazer nas aulas de educação física?


Entendemos que muita coisa se faz em nome do lazer na escola, mas a pergunta que se apresenta é justamente em relação ao objetivo que o professor tem para estas intervenções. Será este um momento privilegiado de discussões, informações e formações ou apenas um motivo para o abandono pedagógico destes alunos?


Para esta pesquisa utilizamos a revisão bibliográfica de autores como Victor Andrade de Melo e Edmundo de Drumond Alves Junior com o livro Introdução ao Estudo do Lazer, onde nos apoiamos para discutir alguns conceitos de lazer; Suraya Darido com seu livro Educação Física na Escola: implicações para a prática pedagógica, onde a autora reserva um espaço para a discussão do lazer enquanto uma das possibilidades da Educação Física na Escola e o livro organizado por Ademir de Marco chamado Educação Física: Cultura e Sociedade que reúne temas das pesquisas e dos debates apresentados no IV Congresso Científico Latino-Americano de Educação Física.


A metodologia utilizada terá como base para este trabalho de iniciação científica foi a


pesquisa-ação, o estudo de pesquisas quantitativas com estudo de caso. Para isso, analisaremos o contexto escolar, coletaremos informações de entrevistas e questionários. Optamos por uma pesquisa quantitativa, que busca compreender os fenômenos nas suas origens.


Pesquisa Quantitativa consistem em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade é o delineamento ou análise das características de fatos, avaliação de programas. Qualquer um desses estudos pode utilizar métodos formais, tendo como finalidade de fornecer dados para a verificação de hipótese utilizando técnicas como entrevistas e questionários (LAKATOS, MARCONI, 1991, p. 187).






Farão parte deste estudo, os alunos que se dispuserem voluntariamente a concederem entrevistas e de responderem a questionários. O critério de seleção será da seguinte maneira. Através da intervenção junto às aulas entrando em contato com os alunos. Onde levantaremos alguns dados com os alunos do Ensino Fundamental.






7 CRONOGRAMA DO PLANEJAMENTO DA PESQUISA










ATIVIDADES 2010


MAR ABR MAI JUN


Noções sobre pesquisa.


X


Escolha do tema, levantamento do problema, estabelecimento dos objetivos. X


Elaboração da Justificativa e definição da Metodologia. X


Elaboração do Referencial Teórico.


X X X


Apresentação do Trabalho.


X










REFERÊNCIAS (bibliografia utilizada)


AUSUBEL, David p.; NOVAK, Joseph D. & HANESIAN, Helen. Psicologia Educacional. 2ª edição. Local: Rio de Janeiro. Editora: Interamericana, 1980.


GUERRA, Marlene. Título: Recreação e Lazer. Local: Porto Alegre. Editora: Sagra S.A., 1981.


BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Educação Física. SEF. Brasília, 1988.


MIRANDA, Nicanor. Título: 200 Jogos Infantis. Local: Belo Horizonte. Editora: Itatiaia, 1983


FERREIRA, Vanja. Educação Física. Recreação, Jogos e Desportos. Local: Rio de Janeiro. Editora: Sprint, 2003.


MELO, Victor Andrade de. Título: Esporte e Lazer: conceitos. Local: Porto Alegre. Editora: Apicuri, 2010.


MELO Victor Andrade de, ALVES JÚNIOR, Edmundo de Drummond. Título: Introdução ao Lazer. Local: São Paulo. Editora: Manole, 2003


TOSETI, Solange. A Educação Física. Rio Grande do Sul: Edelbra, 1977.










Disponível em:






http://cev.org.br/biblioteca/lazer-educacao-fisica-escolar-compromisso-abandono-pedagogico


02/06/2010, 18h 14 min.






http://www.cdof.com.br/aulas.htm


02/06/2010, 18 h






http://www.cdof.com.br

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