Vacinas. Tire suas dúvidas
Proteger ou não seu filho está fora de questão. Melhor é saber tudo sobre as doses que evitam as doenças
Malu Echeverria
1 - Como a criança fica imunizada? As vacinas utilizam os mesmos agentes causadores das doenças, mas inativados, atenuados, modificados ou utilizados apenas em parte. Quando a criança é vacinada, seu organismo produz anticorpos para aquele agente específico. Assim, ao entrar em contato com o vírus ou a bactéria causadores da doença, seu filho está pronto para atacá-los.
2 - Por que algumas vacinas não fazem parte do calendário oficial? As vacinas são divididas conforme o uso: rotineiro (do calendário) e eventual, usadas com indicação especial, como as contra gripe, raiva e meningite.
3 - Há diferença entre o calendário oficial, do governo, e o da Sociedade Brasileira de Pediatria? A diferença é mínima. O do governo é básico e o da SBP, um pouco mais completo. Mas isso não significa menor proteção para a criança, pois é o pediatra que avalia a necessidade de ela tomar determinada vacina – como contra catapora ou pneumonia, que não estão disponíveis na rede pública –, levando em conta os riscos de contaminação do ambiente em que a família vive.
4 - O programa brasileiro de vacinas é tão bom quanto o de países desenvolvidos? Embora o governo brasileiro não tenha recursos suficientes para distribuir de graça as vacinas disponíveis no mercado, seu programa de imunização é considerado um dos mais completos do mundo.
5 - O que impede meu filho de ser vacinado? São poucas as restrições à vacinação. Entre elas, febre alta (acima de 39ºC) e doenças ou remédios que alterem a imunidade, pois se a resistência do organismo estiver baixa, há risco de a vacina causar a doença que deveria evitar.
6 - O uso de corticóides pode interferir? Caso a criança esteja tomando corticóides há menos de sete dias, pode ser vacinada. Spray nasal ou pomada não interferem na imunidade. A aplicação será adiada se o uso do medicamento for prolongado ou em dose elevada.
7 - A combinação antibiótico e vacina é perigosa? Não. O uso de antibióticos não é motivo para seu filho não tomar vacina, desde que ele esteja bem.
7 - A combinação antibiótico e vacina é perigosa? Não. O uso de antibióticos não é motivo para seu filho não tomar vacina, desde que ele esteja bem.
8 - E se a criança estiver com diarréia ou resfriado? Um resfriado sem febre ou uma diarréia leve não representam ameaça à vacinação.
9 - O que é uma reação grave à vacina? Uma urticária ou um choque anafilático. Crianças com tais reações alérgicas não devem receber nova dose da vacina que as provocou.
10 - A vacina do posto de saúde tem a mesma qualidade da vacina da clínica particular? Sim. Clínicas e postos de saúde são rigorosamente fiscalizados pela Vigilância Sanitária. Deve-se estar atento às condições de armazenamento das vacinas em consultórios médicos, nem sempre tão equipados quanto as clínicas e os postos de vacinação.
11 - O que acontece se eu perder o prazo de uma vacina? Em caso de atraso de alguma dose, não é preciso reiniciar o calendário. Basta tomar a dose que falta.
12 - Tem problema adiantar a dose? O organismo precisa de tempo para criar uma resposta imunológica, isto é, "fabricar" anticorpos. Por isso, nada de adiantar as doses. Mas não há problema em dois ou três dias fora do prazo (antes ou depois).
13 - Há um período do dia mais indicado para vacinar? Seu filho pode tomar vacina a qualquer hora, antes ou depois de comer, ir para a escola ou passear, quando for mais conveniente. O importante é não perder a dose!
14 - Quais os efeitos colaterais mais comuns? São mal-estar, febre, inchaço e dor no local da picada, irritabilidade. Melhoram com compressa morna, antitérmicos, repouso e muito carinho.
15 - As vacinas são 100% seguras? Quase 100%, mas reações graves, como complicações neurológicas ou mesmo a doença que a vacina evitaria, são raras. Em média, ocorrem na proporção de 1 para cada 200 mil aplicações.
16 - Se meu filho costuma ter febre seguida de convulsão, é preciso algum cuidado na hora de vacinar? Como a febre, um sintoma comum à vacina, aumenta a chance de convulsão, essa criança tem de ser medicada antes com antitérmicos indicados pelo pediatra.
17 - O que é a vacina acelular? É a vacina produzida com vírus e bactérias (ou parte deles) modificados por engenharia genética. A tecnologia resulta em menos efeitos colaterais, mas encarece o produto. A eficácia é a mesma da vacina convencional.
18 - O que faço se meu filho precisa de uma vacina que não se encontra nos postos de saúde? Vacinas específicas, como as acelulares ou outras não incluídas no calendário do governo, podem ser adquiridas nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE). Para mais informações, entre em contato com o Disk Saúde (0800-611997).
19 - Por que o governo prefere utilizar a vacina em gotas contra a poliomielite? Porque a outra, a IPV (Salk) é injetável e requer profissionais especializados na aplicação, ao contrário da Sabin, em gotas. Essa diferença barateia o custo da vacinação e aumenta seu alcance.
20 - Se a criança regurgita a vacina em gotas, deve tomá-la de novo? Sim, se ela regurgitar nos 15 minutos seguintes à vacinação. Antigamente, para evitar o problema, os médicos recomendavam jejum de uma hora antes a uma hora depois da aplicação. Mas a prática caiu em desuso.
21 - É verdade que a vacina contra catapora não pode ser misturada ao uso de medicamentos? Sim. Deve-se evitar o uso de remédios à base de salicilatos, como a aspirina e alguns antiinflamatórios, até seis semanas após a aplicação. Isso porque a substância associada à infecção da catapora pode causar a síndrome de Reye (inflamação cerebral e hepática), doença rara, mas letal.
22 - Bebês devem tomar vacina contra gripe? Os pediatras recomendam a vacina em crianças abaixo de 2 anos (e a partir dos 6 meses), pois elas apresentam grande probabilidade de hospitalização ao adquirir a doença.
23 - Pode-se tomar mais de uma vacina no mesmo dia? Sim, não faz mal algum. Mas elas devem ser aplicadas em locais distintos na pele e com agulhas separadas.
24 - As vacinas combinadas são tão boas quanto as únicas? A vantagem das combinadas é apenas a redução do número de picadas. Em uma só injeção, protege-se a criança contra várias doenças, como é o caso da SRC, a tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba).
25 - Qual a regra de vacinação para bebês que nascem prematuros? Acima de 2 quilos, podem ser vacinados normalmente. Caso contrário, espera-se que a criança adquira o peso ideal.
26 - A criança precisa ser vacinada, se já teve a doença? É comum cometerem-se equívocos no diagnóstico de doenças como sarampo, caxumba, rubéola e hepatite. Por isso, na dúvida, os médicos recomendam como princípio que é melhor vacinar.
27 - Qual o significado da marquinha deixada na pele pela BCG, contra tuberculose? É esse sinal que indica se a vacina fez efeito. Caso a marca não apareça, o que acontece em menos de 2% das crianças, a dose tem de ser repetida.
28 - A amamentação interfere no efeito da vacina? Os anticorpos da mãe são transferidos para o bebê ainda no útero, pela placenta, e depois, por meio do aleitamento. Mas eles não interferem no efeito da vacina, pois são incapazes de neutralizar os vírus e as bactérias presentes no medicamento.
29 - A vacinação é diferente para crianças especiais? Crianças como as portadoras da síndrome de Down são suscetíveis a infecções causadas pela bactéria pneumococo. Para elas, os especialistas reforçam a importância da antimeningocócica.
30 - Há algum truque para diminuir o medo da picada? Mentiras só aumentam o trauma. O ideal é explicar à criança sobre a importância das injeções, contando que os próprios pais também já foram vacinados. Fale a verdade: a picada dói, mas passa – e a saúde fica.
Pais e cuidadores também devem se vacinarA vacina contra catapora só é dada no primeiro ano de vida da criança, mas uma outra forma de deixar essa doença bem longe do seu filho é imunizar as pessoas mais próximas. Pais, cuidadores e babás podem tomar vacinas contra gripe, sarampo, catapora e até coqueluche – esta última deve ser tomada pelos adultos de dez em dez anos, mas nem todo mundo faz isso, e o bebe só toma a primeira dose com dois meses. Além de deixar as crianças mais protegidas, essa precaução faz com que os pais também cuidem da sua saúde e fiquem com as vacinas em dia.
A vacina não causa a doença
A criança pode apresentar algumas reações naturais do organismo, como febre e vermelhidão pelo corpo, mas isso não quer dizer que ela está doente por causa da vacina. Algumas são feitas com o vírus vivo atenuado, como as de catapora, sarampo, rubéola e caxumba, mas mesmo nesses casos o material é muito controlado e não existe risco de se desenvolver a doença. A vacina contra a gripe usa o vírus morto, o que acaba com qualquer possibilidade de seu filho ficar gripado só porque tomou a dose.
A criança imunizada também pode ficar doente
A vacina é uma proteção a mais para o organismo, mas nem sempre garante que a pessoa vacinada nunca terá a doença. É raro, mas pode acontecer de seu filho ter catapora mesmo estando imunizado contra ela. Se isso acontecer, no entanto, ele terá uma versão mais leve da doença, com menos sintomas do que o normal.
Uma tosse ou resfriado não impede seu filho de tomar a vacina
Seu filho não está bem e você acha que vaciná-lo com a imunidade baixa é um problema? Os especialistas garantem que não. Resfriado, infecções ou tosse não atrapalham a eficácia da vacina, nem deixam a criança mais vulnerável a reações adversas. A única ressalva é para estados febris: se o seu filho estiver com febre maior do que 38º C, é recomendado adiar a imunização e consultar um médico.
Mais de uma vacina por diaTomar várias doses ao mesmo tempo não representa riscos para a saúde e os médicos acreditam que esta é a maneira mais prática e eficaz de proteger o seu filho. Até porque as vacinas intramusculares (injeções) que usam o vírus vivo precisam ser dadas no mesmo dia ou, então, somente com o intervalo de um mês. Caso não seja possível aplicá-las no mesmo dia por algum motivo, o período é necessário porque o sistema imunológico, ao ser submetido a um estímulo, fica sobrecarregado durante alguns dias e perde a capacidade de responder a um outro em um curto período de tempo.
A vacina não causa a doença
A criança pode apresentar algumas reações naturais do organismo, como febre e vermelhidão pelo corpo, mas isso não quer dizer que ela está doente por causa da vacina. Algumas são feitas com o vírus vivo atenuado, como as de catapora, sarampo, rubéola e caxumba, mas mesmo nesses casos o material é muito controlado e não existe risco de se desenvolver a doença. A vacina contra a gripe usa o vírus morto, o que acaba com qualquer possibilidade de seu filho ficar gripado só porque tomou a dose.
A criança imunizada também pode ficar doente
A vacina é uma proteção a mais para o organismo, mas nem sempre garante que a pessoa vacinada nunca terá a doença. É raro, mas pode acontecer de seu filho ter catapora mesmo estando imunizado contra ela. Se isso acontecer, no entanto, ele terá uma versão mais leve da doença, com menos sintomas do que o normal.
Uma tosse ou resfriado não impede seu filho de tomar a vacina
Seu filho não está bem e você acha que vaciná-lo com a imunidade baixa é um problema? Os especialistas garantem que não. Resfriado, infecções ou tosse não atrapalham a eficácia da vacina, nem deixam a criança mais vulnerável a reações adversas. A única ressalva é para estados febris: se o seu filho estiver com febre maior do que 38º C, é recomendado adiar a imunização e consultar um médico.
Mais de uma vacina por diaTomar várias doses ao mesmo tempo não representa riscos para a saúde e os médicos acreditam que esta é a maneira mais prática e eficaz de proteger o seu filho. Até porque as vacinas intramusculares (injeções) que usam o vírus vivo precisam ser dadas no mesmo dia ou, então, somente com o intervalo de um mês. Caso não seja possível aplicá-las no mesmo dia por algum motivo, o período é necessário porque o sistema imunológico, ao ser submetido a um estímulo, fica sobrecarregado durante alguns dias e perde a capacidade de responder a um outro em um curto período de tempo.
Vacinas em dia
Se o seu filho passou da idade estipulada no calendário de vacinação para ser imunizado contra alguma doença, saiba que nunca é tarde para você colocar as vacinas dele em dia. Em primeiro lugar, converse com o pediatra da criança e se informe sobre a disponibilidade daquela vacina na rede pública ou privada. As doses também mudam de acordo com a idade. No caso da vacina contra meningite C, que entrou este ano para o calendário de vacinação oficial do Ministério da Saúde, as doses devem ser dadas aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12. Acima de 1 ano, a criança recebe apenas uma dose. Essa vacina só é oferecida na rede pública até 1 ano e 11 meses. Depois, somente nas clínicas particulares.
Se o seu filho passou da idade estipulada no calendário de vacinação para ser imunizado contra alguma doença, saiba que nunca é tarde para você colocar as vacinas dele em dia. Em primeiro lugar, converse com o pediatra da criança e se informe sobre a disponibilidade daquela vacina na rede pública ou privada. As doses também mudam de acordo com a idade. No caso da vacina contra meningite C, que entrou este ano para o calendário de vacinação oficial do Ministério da Saúde, as doses devem ser dadas aos 3 e 5 meses, com reforço aos 12. Acima de 1 ano, a criança recebe apenas uma dose. Essa vacina só é oferecida na rede pública até 1 ano e 11 meses. Depois, somente nas clínicas particulares.
Fonte: Marcos Lago, infectologista pediátrico e professor da UERJ e Marco Aurélio Sáfadi, membro do departamento científico de infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria
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