O racismo é aqui
“Eleger-se um presidente negro nos Estados Unidos é fácil. Eu quero ver é eleger-se um presidente negro no S. C. Internacional, onde não há conselheiros negros.
Ou no Grêmio, onde também não há conselheiros negros.
Se existirem negros nos Conselhos Deliberativos do Internacional e do Grêmio, são menos de três.
Isso dá razão a alguns sociólogos que sempre insistiram em que o Brasil é muito mais racista que os Estados Unidos.
Pelo seguinte fato: admite-se que haja racismo nos Estados Unidos. Já aqui no Brasil, ninguém admite que haja racismo. (…)
Nós não gostamos que se diga que o Brasil é um dos países mais racistas do mundo. Mas é.
E o Rio Grande do Sul é o Estado mais racista do Brasil.
Tanto que o primeiro governador negro gaúcho não foi Alceu Collares, foi o deputado Carlos Santos, que era presidente da Assembléia Legislativa gaúcha.
E ele assumia o governo do Estado sempre que os governadores viajavam.
Um dia, de madrugada, ele morava aqui na Azenha e o telefone de sua casa estragou. Ele saiu de pijama e foi tentar telefonar na 2ª Delegacia de Polícia.
Quando dois policiais fardados que estavam na porta o viram, reconheceram-no e foram levá-lo com gentileza até o delegado. O delegado, se espreguiçando, viu o deputado Carlos Santos entrando de pijama na sua sala, custodiado por dois policiais, e perguntou:
– O que é que tu já andaste aprontando por aí, negrão? “
Parte do texto publicado em Zero Hora
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