Feliz aula nova
Por Içami Tiba
Precedendo uma palestra minha, havia um conjunto formado por quatro músicos e um cantor entretendo os professores que aguardavam o início da atividade. Os músicos e a platéia eram tipos muito parecidos. Gostei do conjunto e até acompanhei com os pés o seu animado ritmo.
Dentro do horário, o conjunto terminou a sua apresentação e recebeu calorosos aplausos e assobios. Eu, que já estava na sala, também aplaudi. Foi então que o mestre de cerimônias agradeceu ao conjunto e elogiou o talento dos professores. Os músicos eram professores. Não havia nada que os identificasse como tais. Eu aplaudi os músicos, e quando soube serem professores fiquei bastante surpreso. Não eram profissionais contratados como supus.
Dentro do horário, o conjunto terminou a sua apresentação e recebeu calorosos aplausos e assobios. Eu, que já estava na sala, também aplaudi. Foi então que o mestre de cerimônias agradeceu ao conjunto e elogiou o talento dos professores. Os músicos eram professores. Não havia nada que os identificasse como tais. Eu aplaudi os músicos, e quando soube serem professores fiquei bastante surpreso. Não eram profissionais contratados como supus.
Professores de ofício, músicos de oportunidade, não iriam perder aquela ocasião para se apresentar perante todos os seus pares e participantes de todos os níveis da Secretaria de Educação. Prepararam as suas melhores músicas e tiveram grande aceitação da platéia, que cantava com eles. Cada um no seu instrumento, ninguém atravessava a música, não destoava e tão pouco se autovalorizava em detrimento dos outros. Eles foram músicos de Alta Performance.
O tema da minha palestra foi “Educador de Alta Performance”, para motivar os professores nas suas funções escolares, principalmente dentro das salas de aula.
Motivação é uma energia que o próprio professor tem de criar dentro de si. O que ele pode receber é estimulação alheia. Quem confundisse uma com a outra, viveria sem rumo, como um barco a vela que iria para onde os ventos o levassem. O singrar as águas ao sabor dos ventos não leva o barco ao seu destino. Quando a motivação e os estímulos estão na mesma direção diz-se que o mundo conspira a favor. Quanto têm direções diferentes e, principalmente, opostas, que nadamos contra a corrente.
Num barco horrível como está a educação no Brasil, com os alunos formando uma imensa corrente contrária ao aprendizado, é preciso muita motivação para o professor ensinar. Os docentes mais capacitados podem estar nos centros mais avançados. São nas adversidades que se revelam os mais motivados.
Cada início de ano letivo, cada mês, cada semana, cada dia, cada aula é uma oportunidade que o professor tem para estimular o aluno e o aluno para abrir as portas que o aprisionam na ignorância.
Um dos poderes negligenciados pelo professor é o de que ele é um dos mais importantes integrantes na formação do papel de aluno. Um bom professor desenvolve bons alunos. Um mau, desencaminha os bons e lesa os mais fracos, faz do desanimado um excluído.
Se cada professor se preparasse para dar a sua aula como os músicos que me precederam na palestra o fizeram, a receptividade dos alunos seria muito diferente daquela a que ele está acostumado. Talvez os alunos no início sejam espelhos do entusiasmo do professor para, mais tarde, tomarem um caminho próprio, o da indiferença, da perda da esperança em aprender traduzida como falta de vontade de estudar.
O professor, além do conteúdo da aula, passa o entusiasmo através da sua Performance . Se o conteúdo nutre a competência, a Performance anima a alma, eleva a autoestima de cada aluno e o transforma em animador.
A motivação do professor deve permanecer além da aula, pelo curso, para a vida. Enquanto houver algo a ser ensinado ou alguém tiver algo a aprender não serão os estímulos contra a corrente que a extinguirão. A Performance tem que ser proporcional aos desafios. Cada início é a grande oportunidade de animar o aluno a estudar e também de fortalecer a motivação de que o futuro dos seus alunos está agora em suas mãos.
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