Não é de hoje que se fala exaustivamente sobre o excesso de consumismo infantil. O quanto ele pode prejudicar o desenvolvimento emocional das crianças e afetar sua segurança e felicidades futuras.
Publicidade
Chegando perto do Natal, o tema se torna ainda mais chamativo. Afinal, para agradar aos pequenos hoje em dia, não basta apenas um presente entregue pelo próprio Papai Noel. Em muitas famílias, passou ser necessário cumprir uma lista de brinquedos exigidos pela criançada. Será este, de fato, o melhor caminho para promover a felicidade dos filhos nesta época do ano?
A engenheira Tatiana Baddini, 36 anos, mãe de Lívia, 5 anos, acredita que o sentimento de solidariedade, doação e preocupação com o próximo são valores fundamentais que devem ser passados às crianças no Natal. Assim, todo ano ela participa do preparo das tradicionais sacolinhas de roupas, calçados, brinquedos e guloseimas endereçadas à crianças carentes. E conta com a participação de Lívia para fazê-las sorrir diante do bom velhinho.
"Minha filha participa desse processo em três momentos. Primeiro quando vou comprar as embalagens para colocar os presentinhos. O segundo, quando compramos a roupa, o sapato e o brinquedo da criança que vamos presentear. É complicado fazê-la compreender que estou entrando em uma loja de brinquedos para comprar algo que não seja para ela. Mas eu explico que não é só ela que gosta de brincar. Nunca compro nada para ela neste momento, que é para ela aprender a dividir. E sempre dá certo, pois ela aceita e me ajuda a escolher os presentes", diz Tatiana.
O terceiro momento de ajuda que ela recebe da filha é participando da festa de entrega das sacolinhas às crianças carentes. "Acredito que este é o momento de maior aprendizado. Ela fica ansiosa, faz questão de acordar cedo e vir comigo. Quando as crianças começam a chegar ao local, ela vai se aproximando até que, dentro de poucos minutos, já estão todos juntos brincando, se divertindo. Não tem nenhuma diferença: crianças felizes à espera do Papai Noel. Nesse dia, sim, sempre faço um saquinho e coloco um brinquedinho (geralmente compro na loja de R$1,99) para o bom velhinho entregar. Ela nunca me questionou dizendo que o brinquedo não é legal, pelo contrário, fica extremamente feliz, tanto quanto as outras crianças. Momento que me faz refletir o quanto são desnecessários brinquedos de luxo para causar alegria numa criança".
Oportunidade
A psicóloga Natércia Tiba diz que a época natalina é exatamente a oportunidade que os pais podem e devem aproveitar para ensinar aos filhos sobre as questões prejudiciais que envolvem o consumismo exagerado.
"Na hora de montar a árvore de Natal, por exemplo. É um momento em que se pode explicar o significado dos itens pendurados, do presépio e até do fato de a árvore ser um pinheiro, o que representa a Santíssima Trindade. É a hora das crianças, mesmo as pequenas, perceberem que a árvore não está ali apenas para que se coloquem montes de presentes ao redor".
Além disso, ressalta a psicóloga, não é necessário passar valores negativos em relação aos presentes. "Pelo contrário, é importante estimular a troca destas lembrancinhas, mostrando a eles o valor da confraternização, da indicação de carinho mútuo. Os pais podem, por exemplo, preparar com os filhos lembrancinhas simbólicas feitas por eles próprios para serem entregues aos familiares, demonstrando o amor e a boa intenção desta atitude".
Nenhum comentário:
Postar um comentário