Trabalhar com educação infantil não é nada fácil.  Além de ser trabalhoso ter que participar dos cuidados com os pequenos  alunos, o professor tem que conviver com a cobrança e ansiedade dos pais  quanto à formação de seus filhos.
Segundo o Referencial Curricular de Educação  Infantil, existem seis eixos temáticos para se trabalhar com crianças  até cinco anos de idade, são eles: movimento, música, artes visuais,  linguagem oral e escrita, matemática, e natureza e sociedade. Mas esses  conceitos devem aparecer no dia-a-dia infantil, dentro de suas relações  sociais, através de jogos, brincadeiras, canções, histórias incentivando  o imaginário e o potencial criativo das crianças, mas também onde o  professor promova momentos de diálogo, discussões e reflexões.
Temos convivido com pais muito ansiosos, querendo que  as crianças, já em seus dois anos de idade, estejam sentadas em  carteiras fazendo tarefas, com conteúdos pontilhados, de ligar um ao  outro, ou então ver as crianças aprendendo letras, cores e números.  Esses conceitos fazem parte do mundo infantil dentro da escola, aliás,  fora dela também. Lembramos que num mundo colorido não há a necessidade  de se ensinar cores, pois aos poucos as crianças vão apreendendo esses  conceitos de forma espontânea.
Porém, um grande problema tem sido a cobrança dos  pais, querendo adiantar as fases das crianças, tentando mostrar ao mundo  que seus filhos são mais inteligentes que os outros. E nessa ansiedade,  esquecem que cada idade tem suas necessidades básicas e que não adianta  querer adiantar as mesmas, porque alguns conceitos dependem da  maturidade intelectual bem como física e motora para serem apreendidos.
Vemos que o brincar não é valorizado, fazendo com que  os pais duvidem da qualidade da escola, chegando a comparar os  trabalhos realizados em outras instituições e comparando seus filhos com  irmãos mais velhos, sobrinhos ou filhos de amigos. Essa atitude não é  correta, justamente porque cada um tem o seu tempo de maturidade e essa  não é rigidamente demarcada pela idade cronológica, podendo variar de  indivíduo para indivíduo. Segundo Piaget, as fases do desenvolvimento  infantil são sensório motora, até dois anos; pré-operatória, de dois a  sete anos; operatória concreta, de sete a treze anos e operatório  formal, a partir dos treze anos até a idade adulta, que se desenvolvem  nesta ordem, mas devem ser respeitadas ao longo da vida.
O importante é que as escolas de educação infantil  tenham uma proposta pedagógica pautada no Referencial Curricular de  Educação Infantil e nos teóricos que desenvolveram trabalhos específicos  para isso, que elabore projetos de aprender para serem trabalhos com as  crianças, que faça reuniões explicativas desses conteúdos para os pais a  fim de dar maior segurança aos mesmos, buscando amenizar suas  ansiedades e diminuir as dúvidas quanto à aprendizagem na educação  infantil.
É bom lembrar que os profissionais possuem formação  específica para trabalhar com crianças, estudam para isso e se preparam  por vários anos nas carteiras e estágios da faculdade, que são  profissionais da área em que atuam e devem ser valorizarmos por isso,  não permitindo que outros profissionais interfiram em seu trabalho,  afinal, quando vamos ao consultório médico não ensinamos quais  procedimentos o médico deve tomar, não é? Então pense nisso. Trocar  idéias é muito bom, mas deixar que pais decidam e tirem a autonomia  enquanto educadores não dá, afinal, cada um tem o seu papel, suas  responsabilidades e seu compromisso profissional. 
Por Jussara de Barros
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola
Graduada em Pedagogia
Equipe Brasil Escola

Nenhum comentário:
Postar um comentário