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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Palmada educa ou deseduca

Palmada educa ou deseduca

Na ausência da autoridade moral, surge a autoridade física, incontestável quando os filhos são crianças. Mas aviso: os filhos cres-cem e logo se tor-nam mais fortes do que os pais

A pedido de uma mãe, que representa muitas outras, vamos conversar novamente sobre as palmadas. Todos sabemos que o tema é bem polêmico. Expressões como "palmada educa" e "palmada deseduca" continuam sendo exaustivamente repetidas e justificadas. Por isso, vamos tomar um outro rumo em nossa conversa e refletir a respeito de como e por que os pais batem nos filhos mesmo sem a convicção de que isso provoque um efeito educativo.

Nossa leitora tem um filho de quatro anos que está naquela fase de desobedecer a tudo o que os pais mandam. Ele faz hora para escovar os dentes, nega-se a tomar banho e faz birra quando precisa organizar os brinquedos. Quem tem filhos nessa idade sabe muito bem como é que as coisas acontecem.

Até parece que o prazer da criançada nessa fase é contrapor-se aos pais isso é o que muitos comentam. Aliás, essa interpretação do comportamento considerado rebelde de crianças menores de seis anos faz par com outra bem popular: a de que os filhos gostam de desafiar os pais. Sempre que a criança faz algo que não deve, como mexer em uma coisa que os pais já avisaram muitas vezes que não deve ser tocada, os pais entendem que estão sendo desafiados, principalmente porque, em geral, o filho os avisa, com um olhar ou coisa parecida, que vai fazer o que já "sabe" que não pode. Esse tipo de entendimento é bem equivocado. A criança está é esperando que os pais não permitam que ela faça o que ela está prestes a fazer. Ela já ouviu que não pode e já entendeu a frase, mas não consegue ainda conter seu comportamento, controlar seu impulso rumo ao irresistível. Ela ainda não sabe de verdade que não pode e pede, por isso, a ajuda dos pais.

Como os pais se sentem desafiados, desautorizados em seu papel com esse comportamento do filho reagem à altura. Já que não conseguiram convencer o filho, sim, os pais do mundo contemporâneo não querem mandar, querem convencer, apelam e usam o recurso extremo para mostrar ao filho que são autoridades. E o que surge como disponível nesse momento é a palmada, já que, pelo menos fisicamente, os pais sabem que são bem diferentes dos filhos. Na ausência da autoridade moral, surge a autoridade física, incontestável quando os filhos são crianças. Mas aviso: os filhos crescem e logo se tornam mais fortes do que os pais.

A questão é que, na hora da palmada, os pais estão bravos. Têm a sensação de impotência por não saber o que fazer e sentem raiva da situação que os coloca no papel humilhante de serem desafiados por alguém tão pequeno. A palmada acontece impulsivamente e, por isso mesmo, logo depois os pais se arrependem do que fizeram. E, como já comentei várias vezes, os filhos são os primeiros a se darem conta desse sentimento.

Quando os pais se sentem desafiados pelos filhos pequenos, tiram-nos do papel de criança e os colocam no papel de adulto. Juntando isso com a culpa que as crianças logo identificam, qual o próximo passo reservado aos filhos? O de devolver os tapas, é claro. E é exatamente nesse ponto que se encontra a relação de nossa leitora com o filho de quatro anos. Os adultos precisam ter clareza de que os filhos desobedecem por vários motivos. Entre os principais estão a tentação da descoberta e da exploração do mundo, a impulsividade e a falta de controle sobre seu comportamento. Tudo isso faz parte do papel de filho, que testa os limites do espaço em que vive tanto quanto o das pessoas com quem convive. Os pais não devem se sentir desafiados pelos filhos, mas desafiados em seu papel educativo. Quando uma atitude não dá certo, é preciso tomar outra e outra e outra ainda. Assim é que caminha a educação. Mas, para tanto, é preciso tenacidade e perseverança. E, principalmente, disponibilidade. Vai ver que os tapas de hoje servem mais para mostrar a indisponibilidade dos adultos para a tarefa educativa do que para qualquer outra coisa.




Rosely Sayão é psicológica e autora de “Como Educar Meu Filho?” (ed. Publifolha)
Roselysayao@folhasp.com.br
Folha de S. Paulo

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