O
cavalo foi trazido para o sul da América pelo Adelantado espanhol Dom
Pedro de Mendonza, quando da função da primeira Buenos Aires. Tomado
pelos Índios em combate, espalhou-se pelo pampa perdendo suas
características andaluzas originais e se tornando rústico e forte.
É o cavalo crioulo, hoje famoso internacionalmente. A cavalo, gaúchos
e “gauchos” fizeram pátria e desenharam fronteiras. Pode-se dizer que o
próprio mapa do Rio Grande tem a forma de um casco de cavalo. E que
guri campeiro não se exibiu no lombo de um petiço, sonhando o caudilho
de amanhã?
O cavalo puxou carroças e pipas, diligências e charretes. E se foi
tantas vezes arma de guerra e de revolução, foi também instrumento de
paz e de amor, quando o gaúcho levava na garupa a mulher amada. Até
hoje, muito embora algumas tentativas, o cavalo ainda não pode ser
substituído por máquinas nas lidas de campo.
Estas o ajudam. Estas ajudam muito, mas ainda não podem fazer o que o
cavalo faz, como por exemplo, um aparte no rodeio ou numa porteira de
mangueira. Além disso, o cavalo é o ingrediente que maiores belezas e
alegrias produzem dentro dos trabalhos de uma estância. Ë belo, é ágil, é
inteligente, é dócil, é veloz, é vaidoso, é forte, enfim nos
proporciona momentos de verdadeiro encantamento, principalmente quando,
em seu lombo, praticamos as mais difíceis, porém mais emotivas e alegres
lidas, como o tiro de laço e o aparte, que hoje os
“Crioulistas”apelidaram de “Paleteada” .
Convença-se, pois, que você jamais poderá deixar de possuir alguns, porá apoder desempenhar a contento suas atividades.
Os Pêlos
Já que dedicamos um capítulo aos Cavalos, seria imperdoável não
falarmos sobre os seus variadissimos pêlos. Dado a sua grande
importância, dedico-lhe em capítulo especial.
O assunto é polêmico porque encerra muitas diferenças entre as várias
regiões do Rio grande. Além disso, existe ainda, enorme discrepância
entre as linguagens militar ou turfistas e a da gauchada campeira, que
jamais chamou o cabalo zaino de castanho…
Por outro lado alguns animais possuem em seu corpo mais de uma pelagem, o que dificulta a identificação.
É oportuno lembrarmos, também, que até um ano e meio a dois anos de
idade alguns eqüinos mudam a pelagem, só atingindo a definitiva a partir
daí.
Como me propus, neste modesto trabalho, a transmitir aos leigos
alguns ensinamentos, coerentemente permanecerei dentro desta linha,
respeitando sempre o regionalismo crioulo.
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