Segundo o Novo Testamento, Cristo é o sacrifício da Páscoa.
Isso pode ser visto como uma profecia de João Batista, no Evangelho de João:
"Eis o Cordeiro de Deus, Aquele que tira o pecado do mundo" (Jo 1:29)
e uma constatação de Paulo "Purificai-vos do velho fermento, para que
sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi
imolado." (1Co 5:7).
Jesus Cristo, desse modo, é tido pelos cristãos como o
Cordeiro de Deus que foi imolado para salvação e libertação de todos do pecado.
Para isso Deus teria designado sua morte exatamente no dia da Páscoa judaica
para criar o paralelo entre a aliança antiga, no sangue do cordeiro imolado, e
a nova aliança, no sangue do próprio Jesus imolado.
Como Jesus ressuscitou num Domingo, surgiu a prática de os
Cristãos se reunirem aos domingos (literalmente, Dia do Senhor), e não aos
sábados, como fazem os judeus (sabbath).
Origem dos Símbolos da Páscoa
É sugerido por alguns historiadores que muitos dos atuais
símbolos ligados à Páscoa (especialmente os ovos de chocolate, ovos coloridos e
o coelhinho da Páscoa) são resquícios culturais da festividade de primavera em
honra de Eostre que, depois, foram assimilados às celebrações cristãs do
Pessach, depois da cristianização dos pagãos germânicos. Contudo, já os persas,
romanos, judeus e armênios tinham o hábito de oferecer e receber ovos coloridos
por esta época.
Ishtar tinha alguns rituais de caráter sexual, uma vez que
era a deusa da fertilidade, outros rituais tinham a ver com libações e outras
ofertas corporais.
Um ritual importante ocorria no equinócio da primavera, onde
os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da fertilidade) e os
escondiam e enterravam em tocas nos campos. Este ritual foi adaptado pela
Igreja Católica no principio do 1º milênio depois de Cristo, fundindo-a com
outra festa popular da altura chamada de Páscoa. Mesmo assim, o ritual da
decoração dos ovos de Páscoa mantém-se um pouco por todo o mundo nesta festa,
quando ocorre o equinócio da primavera.
Ovo de Páscoa
O hábito de dar ovos de verdade vem da tradição pagã. O
hábito de trocar ovos de chocolate surgiu na França. Antes disso, eram usados
ovos de galinha para celebrar a data.
A tradição de presentear com ovos - de verdade mesmo - é
muito, muito antiga. Na Ucrânia, por exemplo, centenas de anos antes de era
cristã já se trocavam ovos pintados com motivos de natureza - lá eles têm até
nome, pêssanka - em celebração à chegada da primavera.
Os chineses e os povos do Mediterrâneo também tinham como
hábito dar ovos uns aos outros para comemorar a estação do ano. Para deixá-los
coloridos, cozinhavam-nos com beterrabas.
Mas os ovos não eram para ser comidos. Eram apenas um
presente que simbolizava o início da vida. A tradição de homenagear essa
estação do ano continuou durante a Idade Média entre os povos pagãos da Europa.
Eles celebravam Ostera, a deusa da primavera, simbolizada
por uma mulher que segurava um ovo em sua mão e observava um coelho,
representante da fertilidade, pulando alegremente ao redor de seus pés.
Os cristãos se apropriaram da imagem do ovo para festejar a
Páscoa, que celebra a ressurreição de Jesus - o Concílio de Nicéia, realizado
em 325, estabeleceu o culto à data. Na época, pintavam os ovos (geralmente de
galinha, gansa ou codorna) com imagens de figuras religiosas, como o próprio
Jesus e sua mãe, Maria.
Na Inglaterra do século X, os ovos ficaram ainda mais
sofisticados. O rei Eduardo I (900-924) costumava presentear a realeza e seus
súditos com ovos banhados em ouro ou decorados com pedras preciosas na Páscoa.
Não é difícil imaginar por que esse hábito não teve muito futuro.
Foram necessários mais 800 anos para que, no século XVIII,
confeiteiros franceses tivessem a idéia de fazer os ovos com chocolate -
iguaria que aparecera apenas dois séculos antes na Europa, vinda da então
recém-descoberta América. Surgido por volta de 1500 a.C., na região do golfo do
México, o chocolate era considerado sagrado pelas civilizações Maia e Asteca. A
imagem do coelho apareceu na mesma época, associada à criação por causa de sua
grande prole.
A data da Páscoa Cristã
A data da Páscoa foi fixada no primeiro concílio de Nicéia,
no ano de 325.
Assim, a Páscoa cristã é comemorada (segundo o costume da
Idade Média e da Europa) no primeiro domingo após a primeira Lua cheia da
Primavera (no Hemisfério Sul, Outono).: a data ocorre entre os dias 22 de Março
e 25 de Abril.
A decisão equalizava todas as correntes cristãs, mas é bem
provável que nenhum método de cálculo da data tenha sido explicitamente
indicado.
Essa decisão não foi sem discussão. Havia o problema da
coincidência da data da Páscoa com as festas pagãs do início da Primavera. As
igrejas da Ásia, principalmente, acreditavam que devia ser seguida a data do
sacrifício do cordeiro em Pessach (14 de Nissan), que seria a data exata da
morte de Cristo.
Cálculo
Como o calendário judeu é baseado na Lua, a Páscoa cristã
passa a ser móvel no calendário cristão, assim como as demais datas referentes
a Páscoa, tanto na Igreja Católica como nas Igrejas Protestantes e Igrejas
Ortodoxas:
A Páscoa é um feriado móvel que serve de referência para
outras datas. É calculado como sendo o primeiro domingo após a lua cheia
seguinte à entrada do equinócio de outono no hemisfério sul ou o equinócio de
primavera no hemisfério norte, podendo ocorrer entre 22 de março e 25 de abril.
As datas móveis que dependem da Páscoa são:
1) Terça-feira de Carnaval - quarenta e sete dias antes da
Páscoa
(A Terça-feira gorda (ou Mardi Gras, em francês) é o dia que
precede a quarta-feira de cinzas. Por extensão é um sinônimo de Carnaval.
A terça-feira gorda se tornou o dia em que os cristãos se
despediam da carne, pois, nos quarenta dias seguintes, tinham de jejuar, fazer
penitência e não podiam comer carne. Tudo isso em preparação à Páscoa.)
2) Quaresma - Inicia na quarta-feira de cinzas e termina no
domingo de Ramos:
(A Quaresma é o tempo litúrgico de conversão, que a Igreja
Católica, a Igreja Anglicana e algumas protestantes marcam para preparar os
crentes para a grande festa da Páscoa. Durante este período, os seus fiéis são
convidados a um período de penitência e meditação, por meio da prática do
jejum, da esmola e da oração.
Começa na Quarta-feira de Cinzas e termina na tarde de
quinta-feira santa, antes a Missa da Ceia do Senhor, que inicia o Tríduo Pascal.
Ao longo deste período, sobretudo na liturgia do domingo, é feito um esforço
para recuperar o ritmo e estilo de verdadeiros fiéis que pretendem viver como
filhos de Deus.
A Quaresma dura 47 dias, embora para o calendário litúrgico
os domingos não contem, perfazendo então 40 dias. A duração da Quaresma está
baseada no simbolismo do número quarenta na Bíblia que significa provação.
Nesta, fala-se dos quarenta dias do dilúvio, dos quarenta anos de peregrinação
do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de Moisés e de Elias na montanha,
dos quarenta dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida
pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus no Egito.
A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho proclamado
na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a penitência
e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias de sua vida,
o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que exista justiça,
a paz e o amor em toda a humanidade. Os cristãos devem então recolher-se para a
reflexão para se aproximar de Deus. Esta busca inclui a oração, a penitência e
a caridade, esta última como uma conseqüência da penitência.)
3) Sexta-feira Santa - a sexta-feira imediatamente anterior:
(A Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão, é a
Sexta-feira antes do Domingo de Páscoa. É a data em que os cristãos lembram o
julgamento, paixão, crucificação, morte e sepultura de Jesus Cristo, através de
diversos ritos religiosos.
Segundo a tradição cristã, a ressurreição de Cristo
aconteceu no domingo seguinte ao dia 14 de Nisã, no calendário hebraico. A
mesma tradição refere ser esse o terceiro dia desde a morte. Assim, contando a
partir do domingo, e sabendo que o costume judaico, tal como o romano, contava
o primeiro e o último dia, chega-se à sexta-feira como dia da morte de Cristo.)
4) Sábado da Solene Vigília Pascal - o sábado de véspera
(O Sábado Santo, também chamado Sábado de Aleluia, é o dia
antes da Páscoa no calendário de feriados religiosos do calendário Cristão. Nas
Filipinas, uma nação notoriamente católica, este dia se chama de Sábado Negro.
O Sábado de Aleluia é o último dia da Semana Santa.
Na tradição católica, é costume os altares serem desnudados,
pois neste dia, tal como na Sexta-Feira Santa, não se celebra a Eucaristia. As
únicas celebrações litúrgicas deste dia são as que fazem parte da Liturgia das
Horas. Além da Eucaristia, é proibido celebrar qualquer outro sacramento,
exceto o da Confissão. São permitidas as exéquias, mas sem celebração da missa.
A distribuição da comunhão eucarística só é permitida sob a forma de viático,
isto é, em caso de morte.)
5) Pentecostes - o oitavo domingo após a Páscoa
(Pentecostes é o símbolo do Cenáculo, onde os Apóstolos se
reuniram, pela primeira vez, à espera do Espírito Santo, inspirador de todos os
seus trabalhos na Igreja. No Cenáculo, desde a sua fundação, a comunidade
cristã aí se reúne, para ser conduzida pelo Sopro Inspirador, compartilhando o
amor em Cristo. Atualmente o 50º dia após a Páscoa é considerado pelos cristãos
o dia de Pentecostes.)
6) Corpus Christi ou Corpo de Deus - a quinta-feira
imediatamente após o Pentecostes.
(Corpus Christi (latim para Corpo de Cristo) é uma festa
móvel da Igreja Católica que celebra a presença de Cristo na Eucaristia.
É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da
Santíssima Trindade ou Pentecostes. É uma festa de 'preceito', isto é, para os
católicos é de comparecimento obrigatório assistir à Missa neste dia, na forma
estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.)
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