publicado em 24/07/2011 às 00h00.
Respire fundo
Controlar a inspiração e a expiração diminui o estresse e a ansiedade, além de prevenir doenças cardiovasculares e distúrbios do sono
Raquel Maldonado
raquel.maldonado@folhauniversal.com.br
Uma das ações mais básicas do ser humano, o ato de respirar, vai além de uma questão de sobrevivência. Não se trata apenas de puxar e soltar o ar de forma mecânica. Ter controle sobre a inspiração e a expiração, segundo os médicos, é extremamente benéfico, pois ajuda a prevenir uma série de doenças. O primeiro passo é respirar sempre pelo nariz. “Isso é fundamental para uma boa saúde. O oxigênio precisa passar pelo nariz, que filtra, aquece, umidifica e pressuriza o ar inspirado, deixando-o na forma adequada para ser recebido pelos pulmões”, explica o ortodontista e ortopedista facial, Gerson Köhler.
Entre as consequências da respiração bucal para o organismo estão alterações ortodônticas (dentes tortos) e ortopédicas da face, distúrbios do sono, mau hálito, danos à memória e à concentração, aumento da pressão arterial, dor torácica, doenças cardiovasculares, redução do hormônio do crescimento, resistência à insulina, cefaleia, diminuição da libido e obesidade.
Segundo os especialistas, normalmente a respiração bucal tem início na infância, quando a criança sofre com amígdalas palatinas, adenoide ou rinite. As obstruções nasais também ocorrem em adultos com desvio de septo nasal, por exemplo. Por causa da resistência nasal à passagem do ar, as pessoas não conseguem respirar pelo nariz e usam a boca.
Para resolver o problema, vale consultar um otorrinolaringologista. Dependendo do caso, visitas ao ortodontista, fonoaudiólogo e alergista também podem ser necessárias.
A respiração pode ainda ser uma grande aliada para controlar sintomas de estresse, ansiedade e depressão, apontam os médicos. “Ter domínio da respiração ajuda a ativar o sistema nervoso parassimpático, que é o responsável pelo relaxamento. Existem diversas técnicas que ajudam a relaxar e ao mesmo tempo a tratar muitos problemas agravados pelo estresse”, explica a psicóloga portuguesa Ana Almeida Melikian.
Ela sugere que sempre que uma pessoa estiver se sentindo acelerada ou angustiada, pare para observar como está respirando e aproveite para fazer um exercício para acalmar (tente a técnica indicada no quadro acima). “O nosso dia a dia é muito corrido. Estamos sempre atrasados e nos irritamos facilmente. Quando nos damos conta, estamos fazendo respirações curtas e muito rápidas”, constata Ana.
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