Certa vez, perguntada sobre qual conselho daria para alguém sentir-se útil e feliz, a Madre Tereza de Calcutá respondeu: "Amar, amar, amar até sentir dor...”.
Aquela que foi entre nós um paradigma de entrega e amor ao próximo diz, e muito bem, a receita que a fez uma mulher útil e sabidamente feliz. Reside no amor ao próximo a grandeza de todos que tentam seguir o que Jesus Cristo tanto nos ensinou. Amar de forma incondicional é, sem sombra de dúvidas, o grande desafio que nos destina Jesus e seus fiéis seguidores.
Madre Tereza dedicou toda uma vida a serviço do bem-estar das pessoas carentes de seu país. O belo trabalho realizado à frente do seu ministério extrapolou fronteiras. O reconhecimento do mundo ao seu trabalho era visível e logo passou a ser cotada para receber o prêmio Nobel da Paz.
Está mais que provado que é o amor que dá sentido à vida. Esse sentimento nobre fez a vida de muita gente mudar. Não só a quem ama sem limites como àquele a quem se destina esse amor. Mas não há dúvida de que as pessoas que amam são mais felizes que aquelas que assim não procedem. Às vezes me pergunto por que ainda somos tão limitados na arte de amar, quando na verdade deveríamos estar abertos a expressar nosso amor de forma deliberada, de maneira que todos nós nos sentíssemos bem e muito felizes. Deveria realmente ser assim, mas não é isso que fazemos no nosso tão conturbado dia-a-dia. Via de regra o homem está fechado em seu casulo, colhendo aleatoriamente os dissabores de uma vida calcada na mediocridade do seu individualismo. Não faz o menor sentido ser assim. Há que existir um mínimo de discernimento para entender que sem ser solidário, sem partilhar sua vida com o próximo, sem amar ao outro sem medo, ninguém atingirá o bem-estar necessário para sua realização pessoal, para seu crescimento como ser humano.
Aquele que se destina a amar as pessoas sem condicionamentos experimenta uma sensação de paz interior e sua alma parece levitar. É como se fosse à sensação do dever cumprido. Se voltarmos no tempo irá encontrar Jesus a nos dizer as seguintes palavras: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo". Ou mais ainda: "Amarás teu próprio inimigo". Se observarmos com atenção irá entender o porquê que Ele falou: "O meu fardo é leve e o meu jugo é suave". Ora. "O fardo é leve" porque simplesmente esse fardo é o imenso amor que Ele sempre nos devotou! Fica então bem mais fácil de compreender que, quem ama quem ama ao próximo sem tergiversar, é uma pessoa feliz e transmite essa felicidade a todo aquele que dele se aproxima. Este elixir chamado amor é o presente maior que Deus nos legou. Não existe ninguém que de forma espontânea se entregou de corpo e alma ao amor às pessoas e ao próximo de forma incondicional, que não tenha sido feliz e feito muita gente feliz também. É a opção de cada um: ser indiferente, odiar ou simplesmente ter a sabedoria e o desprendimento de amar de maneira suave, serena, simples, mas que venha verdadeiramente amar a vida, à natureza e, principalmente, ao seu semelhante.
Nos dias atuais a palavra amor nos parece por demais gasta. Nas novelas então é comum ver essa expressão tão mal empregada. O "amor" de um homem é disputado por mãe e filha como se o sentimento de ambas fosse amor realmente, quando nos parece muito mais uma apologia ao afrouxamento moral e aos bons costumes. Fala-se muito em amor com a mesma facilidade com que muitos pronunciam a palavra Deus. Na verdade, na maioria das vezes, não há amor nem Deus nesses corações. O que existe na verdade é um alto grau de carência de Deus e de amor no coração do homem. Tanto isso é verdade que, se não fosse assim, o mundo não estaria passando por enormes ebulições e por tantas degradações. O homem parece não acompanhar o avanço da ciência e da tecnologia, ficando em permanente descompasso. Todos esses avanços, por sua vez, parecem ter sido criados para uma casta da população, que com o passar do tempo se afasta mais e mais da maioria. Na verdade observamos que o amor passou distantes anos-luz na cabeça de quem assim procede. Amar é na verdade a necessidade que alguém tem de se colocar permanentemente na condição do outro. Amar é isso. É sentir a dor do próximo e tudo fazer para minimizá-la. É querer o bem-estar do outro tanto quanto se para ele fosse. São inúmeras as formas de amor. A solidariedade, por exemplo, é uma das expressões mais fortes e bonitas que tão bem diz do amor de alguém por outro. Pena que o homem parece não aprender com o passar do tempo que é preciso viver dividindo, somando, compartilhando, ensinando e aprendendo. Mais que isso: todas essas coisas juntas, mas com uma forte dose de amor que venha dar sentido à vida de todos nós.
Luiz Maia
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