Saudades da infância, da mocidade... da juventude, das férias e a liberdade, nos princípios da virtude e dos valores ensinados por Rochinha e Mindoquinha.
Lembro como se fosse hoje, do tempo em que minha mãe dedicava todo o tempo dela, sua preocupação com a comida, casa... Doces feitos no tacho de ferro... E de uma senhora que conversava enquanto ela fazia o doce e perguntava sempre: - Perada ou Pessegada, Arminda? Isso que a minha mãe já havia dito de que era o tal doce, inúmeras vezes.
Também lembro das gargalhadas da mãezinha, das trancinhas em meus cabelos com fita xadrez nas pontas, das franjas, das suas lágrimas escondidas, das noites de febre em que ela dormia em meu quarto ou quando eu inventava doença só para eu dormir entre meu pai e ela.
Também me lembro quando algum bichinho de estimação morria e da minha mãe os enterrando no quintal e semeando flores em seus túmulos dando explicação de que a vida era apenas um ciclo, que só morria quem um dia já viveu e foi muito feliz. Como pode? Somente agora me dou conta que ela preparava-me para a sua partida.
Lembro-me das guerras de cócegas com minhas irmãs, do cuidado dos meus irmãos para comigo, deles me levando e buscando na escola, de ser arrastada dentro de uma caixa de papelão, carrinho de rolimã, pernas de pau... E como não poderia deixar de faltar as resingas e brigas.
Lembro da cara feia do Rochinha quando eu fazia alguma coisa errada (Puxava o tapete da Brasil, apitava nas campainhas ... Estourava bexiguinhas e como esse olhar de reprovação me causava medo ... Quanto respeito!!!
Saudades das festas bonitas... Dos blocos... Dos amigos: As Toledo, Os filhos do Paraguai, o filhos da Sra Sílvia (Carlouis), os filhos do sr. Léo Fialho, sra Dorinha Amada...
Sempre há o que se falar desse sentimento. Mas precisamos acordar para o presente... Nele está a nossa maior riqueza: Nossos filhos!
Os anseios da juventude e as saudades da infância, por um lado, e o prazer de um firme compromisso.
O tempo é o maior dos ladrões, ele nos rouba à infância, a juventude, a beleza, a saúde, a consciência até... Saudades da infância querida, jamais esquecida.
O estranho é que apenas agora, hoje, aqui, neste momento enquanto escrevo é que pude perceber o quanto eu era feliz, muito feliz! Eu ainda sou feliz e continuarei buscando sempre para ser melhor e fazer meus filhos felizes!
Lembro-me dos verões dormindo no pátio, dos invernos em casa escutando “eletrola” e comendo pipoca que era milimetricamente dividida em seis recipientes iguais para evitar as brigas.
Tão belo era outrora!
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